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Mediterrâneo acumula 62 milhões de pedaços grandes de lixo

27 jan 2017 - 11h16
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O Mar Mediterrâneo tem 62 milhões de pedaços grandes de lixo, o que representa uma grande ameaça para o ecossistema e para o ser humano, adverte a ONG Ecologistas en Acción em um relatório divulgado nesta sexta-feira na Espanha.

O estudo sobre lixo marinho, plásticos e microplásticos resumiu o conhecimento apresentado no tema por 300 publicações científicas internacionais. Entre as conclusões, destaca-se a informação de que anualmente de 6,4 a 8 milhões de toneladas de lixo marinho entram no oceano, sendo 80% plástico, que gera elementos mais leves, como microplásticos capazes de viajar longas distâncias.

Os ecologistas advertem também que mais de 690 espécies da fauna e flora interagiram com lixo plástico, e que partes deles já estão na cadeia alimentar humana.

Segundo o relatório, 80% do lixo marinho vem da terra, de zonas com grande densidade populacional, presença de indústrias e lixões. No início, os grandes blocos de resíduos eram vistos principalmente no litoral, mas nos últimos anos foram achadas grandes ilhas de lixo flutuante em mar aberto e no fundo dos oceanos.

A organização alerta da elevada presença de microplásticos (partículas de menos de 5 milímetros), muitos com origem na indústria cosmética, que impregnam os sistemas de saneamento e desembocam em mares e oceanos. Muitos deles têm origem também na fragmentação de tecidos sintéticos - em apenas uma lavagem podem gerar mais de 1.900 fibras de microplásticos - e na degradação das sacolas plásticas em partículas microscópicas.

O problema da poluição é, ao lado da mudança climática, uma das maiores "ameaças globais deste século" para os oceanos, segundo a ONG.

De acordo com o grupo, em alguns casos os animais marinhos "não sofrem morte direta por ficarem emaranhados em redes plásticas, mas ficam gravemente afetados pelos ferimentos ou os impedimentos gerados pelo aprisionamento".

Além disso, casos de ingestão de macroplásticos em um grande número de animais, "incluindo espécies peixes de valor comercial, como arenque, cavala, atum do Mediterrâneo e bacalhau do Atlântico", que confundem lixo com alimento, podem causar a morte direta, através da obstrução do estômago ou afetar os organismos por muito tempo.

EFE   
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