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Índios protestam contra hidrelétricas no Rio Tapajós

Governo brasileiro tem planos para construir até 43 hidrelétricas, diz o Greenpeace, que apoiou o protesto dos Munduruku

21 mar 2016 - 15h19
(atualizado às 15h43)
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Cerca de 100 índios da etnia Munduruku participaram de um protesto contra a construção de 43 hidrelétricas previstas para a Bacia do Tapajós, em uma ação para comemorar o Dia Internacional das Florestas nesta segunda-feira.

Ativistas e indígenas Munduruku durante protesto no Rio Tapajós
Ativistas e indígenas Munduruku durante protesto no Rio Tapajós
Foto: EFE/Fabio Nascimento/Greenpeace

Os índios se concentraram para protestar contra a construção de hidrelétricas em um trecho do Rio Tapajós considerado sagrado pelo povo, informou a organização Greenpeace, que apoiou a manifestação.

"Barre a barragem. Mantenha o rio Tapajós vivo", dizia um dos cartazes.

Segundo a organização internacional, o governo brasileiro tem planos para construir até 43 hidrelétricas no Tapajós, a maior delas em São Luiz São Luiz do Tapajós, próxima a Itaituba, no Pará, e no qual está a reserva dos Mundurukus. Esta barragem, com extensão de 7,6 quilômetros de comprimento e 53 metros de altura, provocará a inundação de 14 lagoas sazonais e perenes, mais de 7 mil hectares de pedrais, 320 ilhas e 17 corredeiras, de acordo com o Greenpeace.

Protesto no Rio Tapajós
Protesto no Rio Tapajós
Foto: EFE/Fabio Nascimento/Greenpeace

A área inundada inclui 178 mil hectares da Terra Indígena Sawré Muybu, reserva que pertence à etnia Manduruku e cuja delimitação foi paralisada exatamente pelo interesse do governo nessa área. Os índios consideram que a barragem ameaça não só uma enorme área rica em biodiversidade e sua fonte de alimentos, como também sua cultura.

"Se essa usina for construída, os impactos ambientais serão muito grandes e vão além da inundação da floresta. Os peixes que hoje vivem no rio morrerão, várias plantas não vão resistir e animais não terão o que comer. Uma coisa está ligada à outra. Quando um rio morre, muita coisa morre com ele. Se o rio Tapajós morrer nosso povo ficará ameaçado", disse o chefe dos guerreiros do povo, Adauto Akay Munduruku, citado no comunicado do Greenpeace.

Para o diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace, Danicley de Aguiar, ao insistir na construção de grandes hidrelétricas na Amazônia, o Estado brasileiro viola os direitos dos índios e ignora os riscos que o barramento dos principais rios da bacia amazônica podem causar ao equilíbrio ambiental de todo o bioma.

EFE   
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