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Câmeras colocadas em baleias revelam mistérios da espécie

11 abr 2017 - 08h06
(atualizado às 09h55)
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Cientistas acoplam sensores e câmera em baleia
Cientistas acoplam sensores e câmera em baleia
Foto: EFE

Pequenas câmeras colocadas na parte traseira das baleias jubarte e baleias minke revelaram alguns mistérios sobre seus hábitos alimentares e suas vidas na Antártida, informaram nesta terça-feira fontes científicas na Austrália.

Para este projeto, um grupo de cientistas australianos e americanos colocou dispositivos digitais não invasores, que contêm sensores tridimensionais de movimento e uma câmera em um grupo de baleias na Península Antártica.

Estes dispositivos colocados por sucção, que além disso registram através dos sensores os movimentos das baleias bem como o tempo e a profundidade de cada imersão, são colocados por 24 ou 48 horas antes de serem retirados para serem usados de novo em outros exemplares.

"As câmeras mostram o método de alimentação das baleias jubartes nesta área da Antártida, incluindo como incham ao alimentar-se dos enxames de krill", explicou Mike Double, pesquisador da Divisão Australiana Antártica (AAD, siglas em inglês), em um comunicado de sua instituição.

Pesquisadores analisam os hábitos alimentares e as mudanças nas vidas das baleias na Antártida
Pesquisadores analisam os hábitos alimentares e as mudanças nas vidas das baleias na Antártida
Foto: EFE

Segundo os estudos, uma grande quantidade de baleias parece se reunir em vários lugares como a Baía Wilhelmina, a Enseada Cierva, a Baía Fournier e o Canal Errera, para se alimentar durante semanas.

A informação permite reconstruir a forma como as baleias se alimentam debaixo da água e determinar "se as mudanças na população de krill pela mudança climática, a pesca comercial e a acidificação do oceano podem causar impactos nas baleias no futuro", disse o especialista americano Ari Friedlaender.

Outra pesquisadora que participou do estudo, Elanor Bell, disse que a informação é valiosa na medida em que se conhece pouco sobre os padrões de alimentação das baleias minke.

"As minke são mais rápidas que as baleias jubartes e frequentemente buscam alimentos em áreas com muita água congelada. Isto faz com que seja mais difícil nos aproximarmos para desdobrar equipamentos de rastreamento", comentou.

As câmeras também captaram imagens sobre a vida social das baleias e a força com a qual exalam para limpar as águas congeladas e poder respirar, informou em um comunicado a filial australiana do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, siglas em inglês), que apoiou o estudo.

"Pudemos apreciar que as baleias destinam muito tempo durante o dia à socialização e ao descanso enquanto que se alimentam em grande medida pelas noites", comentou Friedlaender.

Este estudo foi auspiciado pela Comissão Baleeira Internacional e a Associação de Investigação do Oceano Antártico (IWC-SORP, siglas em inglês) para melhorar a proteção das áreas de alimentação das baleias.

O diretor da seção de Ciências Oceânicas da WWF-Austrália, Chris Johnson, destacou a necessidade de ter santuários marítimos "para proteger as espécies e permitir que os hábitats sejam mais resistentes e prosperem no futuro".

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