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OMS e Garc afirmam que América Latina é exemplo de como controlar a raiva

27 set 2016 - 10h41
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Na véspera do Dia Mundial contra a Raiva, membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Aliança Global pelo Controle da Raiva (Garc) afirmaram em entrevista coletiva que a América Latina deve ser vista como um exemplo bem-sucedido de controle da raiva, assim como formas de evitar mortes pela doença e economia de recurso na resposta à ela.

"Uma das razões pelas quais consideramos que a raiva é uma doença não atendida é porque ninguém sobrevive. A maioria das pessoas que contraí não consegue tratamento rápido e morre", afirmou o diretor-executivo da Garc, Louis Nel, na coletiva.

A raiva é uma doença viral que causa inflamação aguda do cérebro - Sistema Nervoso Central (SNC) - e que em quase 100% dos casos leva à morte, tanto humanos quanto animais infectados. Conforme estudos, em 99% dos casos a doença é transmitida por cachorros, mas também pode ser passada por morcegos, gatos, ratos, gambás e raposas e anualmente, 60 mil pessoas morrem dessa doença, sendo 40% delas crianças.

"60 mil por ano significa 160 por dia. Significa que a cada dez minutos uma pessoa morre de uma doença pode ser prevenida", acrescentou Nel.

A líder da equipe de zoonoses da OMS, Bernadette Abela-Ridder, por sua vez, alertou que os números reais são subestimados, já que em muitos casos a doença nem chega a ser diagnosticada e, portanto, não é registrada como tal.

Segundo a OMS, a melhor maneira de evitar a raiva é a vacinação de cachorros, medida que foi implantada com muito sucesso nos países da América Latina.

"A América Latina é o exemplo a ser seguido com relação ao controle da doença. Fez o que devia, vacinou 70% dos cachorros na região e o impacto foi imediato", disse Nel.

A entidade estima que 57% dos cães da América Latina estão com a antirrábica em dia e isso fez com que o número de mortes pela doença seja de 0,34 por cada 1 milhão de habitantes.

"Com certeza o grande desafio é que as mortes sejam zero, mas os latino-americanos estão no caminho certo", destacou Bernadette.

Esse total é consideravelmente menor se comparado as 9,3 pessoas que morrem na Ásia por 1 milhão de habitantes, e as 20,9 por 1 milhão que falecem na África. Em números absolutos, a América Latina tem 180 mortes de raiva por ano; a África, 21.500; e a Ásia, 37.500.

"O impacto positivo do controle da raiva é enorme, não só em número de vítimas, mas também em custo de resposta", afirmou Nel, que disse que o custo total da doença para a América Latina é de US$ 350 milhões por ano, valor que aumenta a US$ 7 bilhões na Ásia, por exemplo.

Como parte das medidas tomadas para evitar a expansão da doença, diversas prefeituras brasileiras farão amanhã campanhas de vacinação de animais nas principais praças das cidades. A OMS fixou como meta eliminar completamente a raiva no mundo até 2030.

EFE   
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