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Frágil La Ninã deve ocorre no terceiro semestre do ano, diz OMM

28 jul 2016 - 08h42
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O fenômeno meteorológico de "La Niña" - oposto ao "El Niño", que teve devastadores efeitos em distintas zonas do mundo entre 2015 e os primeiros meses de 2016 - ocorrerá provavelmente no terceiro trimestre deste ano, mas sua intensidade será menor do que em algumas ocasiões anteriores.

Segundo informou nesta quinta-feira a Organização Mundial da Meteorologia (OMM), há entre 50% e 65% de probabilidade de "La Niña" ocorrer antes dos três últimos meses do ano.

Por outro lado, a organização afirmou que também não terá uma intensidade comparável ao "El Niño" deste ano, um episódio que a OMM assegura que é "improvável" que volte a acontecer.

"Temos que esperar para ver como se desenvolve o fenômeno nos próximos meses, já que embora o oceano esteja preparado para 'La Niña', a atmosfera parece que ainda não", disse em entrevista coletiva o chefe da Divisão de Serviços e Aplicações do Clima Mundial da OMM, Rupa Kumar Kolli.

Ambos fenômenos meteorológicos são resultado das fases opostas de interação entre a atmosfera e o oceano Pacífico (aumento ou redução da temperatura de água) e têm efeitos opostos no clima de diferentes lugares do mundo.

Enquanto o "El Niño" ocorre quando há um aumento das temperaturas, o que tem diferentes efeitos em cada região do mundo, "La Niña" contribui para uma redução dessas temperaturas.

Assim por exemplo, as zonas que sofreram secas por "El Niño" tendem a registrar precipitações acima da média com "La Niña", e vice-versa.

Com relação ao fato se "La Niña" trará "boas notícias" às zonas mais afetadas pelo "El Niño" como a Etiópia -onde ocorreu a pior seca em 30 anos-, os especialistas da OMM mostraram que depende da região.

O fenômeno "La Niña" também se associa a um aumento da atividade dos furacões no oceano Atlântico.

Historicamente, o "El Niño" esteve sucedido por "La Niña", especialmente quando se tratou de um episódio intenso, embora nem sempre ocorra, segundo aponta a OMM.

O último fenômeno do "El Niño" que aconteceu entre 2015 e 2016 foi o mais intenso reportado, o que contribuiu para que no mesmo período as temperaturas tenham sido as maiores registradas em nível global.

Os primeiros seis meses de 2016 foram os mais calorosos da história, ultrapassando os recordes de 2015, o que segundo a OMM aponta que 2016 será o ano mais quente no planeta apesar dos possíveis efeitos refrescantes de "La Niña".

Mesmo assim, a OMM especificou que estes dois fenômenos não são os únicos que contribuem e nem determinam o clima global.

"Embora 'La Niña' contribua para uma redução das temperaturas no final deste ano ou ao início do seguinte, isto não significa que os efeitos da mudança climática serão modificados substancialmente", concluiu o diretor de Prognósticos Climáticas da OMM, Maxx Dilley.

EFE   
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