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Seca e desmatamento põem floresta amazônica está em risco

13 mar 2017 - 11h25
(atualizado às 16h41)
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A floresta amazônica está em risco de cair em um círculo vicioso de seca e desmatamento provocado pela ação humana e pela redução das precipitações na região, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista "Nature".

A pesquisa, liderada pela cientista Delphine Clara Zemp do Instituto de Pesquisa Climática de Potsdam (PIK, por sua sigla em alemão), foi realizada através de uma complexa e inovadora análise dos fluxos de água que permitiram aprofundar na estreita relação existente entre o desmatamento e a seca.

Imagem da floresta amazônica
Imagem da floresta amazônica
Foto: iStock

"Por um lado sabemos que a redução de precipitações aumenta o risco de desmatamento e, pelo outro, este desflorestamento pode intensificar a seca na região", manifestou Zemp.

"Por isso que quanto maior a seca, menor a floresta, e quanto menor a floresta, maior a seca e assim sucessivamente. As consequências deste círculo vicioso entre as plantas do solo e a atmosfera que as rodeia não estão claras", acrescentou.

Mas a cientista afirmou que este estudo "proporciona mais luz sobre esta questão, sublinhando o risco de que o desmatamento está diretamente relacionado com a redução de precipitações".

Embora a média de precipitações não varie drasticamente, a extensão das secas afetará o Amazonas e poderia finalmente se transformar em uma savana, segundo as previsões lançadas pela publicação.

"O ciclo de água no Amazonas é mistura de física e biologia, mas é além disso uma das maiores maravilhas da natureza", explicou o coautor Henrique M.J. Barbosa da Universidade de São Paulo (Brasil).

"Embora o ciclo seja muito poderoso, também é surpreendentemente suscetível às mudanças ambientais e a ação humana está impondo perturbações maciças no Amazonas pela poda de árvores e pelos gases do efeito estufa que reduzem a umidade e as precipitações e termina afetando até as partes inexploradas da floresta", detalhou.

Além disso, o estudo sustenta que uma das fortalezas que tem a floresta para resistir a esta ameaça é a diversidade na vegetação.

"Como cada espécie reage de uma maneira diferente, ter uma grande diversidade na vegetação pode significar que o ecossistema resista melhor", afirmou Marina Hirota da Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil), outra responsável pelo estudo.

"Preservar a biodiversidade se transforma não só em uma questão de amar a natureza, mas em um elemento estabilizador do sistema terrestre", concluiu.

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