PUBLICIDADE

Via Láctea estava cheia de poeira e gás em suas origens, afirmam cientistas

23 mar 2017 - 16h41
Compartilhar
Exibir comentários

A Via Láctea era em suas origens uma massa poeirenta, com altos índices de formação de estrelas e com densas camadas estendidas de gás, segundo as observações feitas de outras formações similares a nossa galáxia quando o Universo estava em suas primeiras fases.

Graças à alta sensibilidade do telescópio Atacama Large Millimeter Array (ALMA), situado no deserto do Atacama, no Chile, os astrônomos observaram duas galáxias similares à Via Láctea quando o Universo tinha apenas 8% de sua idade atual, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira pela revista "Science".

Essas galáxias em espiral que são como um dia foi a Via Láctea, estão rodeadas de "super-halos" (grandes anéis) de hidrogênio que se estendem por centenas de milhares de anos luz além de seus discos poeirentos e repletos de estrelas.

Durante décadas, para observar as galáxias distantes os astrônomos buscaram a forma característica em que seus gases absorvem a luz brilhante dos quasares que se situam em um segundo plano das formações estelares.

A luz desses quasares distantes, ao passar pelas galáxias que encontra em seu caminho em direção ao planeta Terra pode registrar a "assinatura espectral", um tipo de radiação do gás de uma galáxia, mas que é muito difícil de detectar.

"Imagine um pequeno vaga-lume junto a um projetor de alta potência. É isso com que os astrônomos se deparam quando querem observar essas versões juvenis de nossa galáxia", afirmou o autor principal de estudo, Marcel Neeleman, da Universidade da Califórnia (EUA).

As tentativas de observar diretamente a luz dessas galáxias distantes foram, em sua maioria, infrutíferas. Mas, agora, um grupo de astrônomos conseguiu ver suas emissões, o que oferece a oportunidade "de saber coisas sobre os primeiros tempos da história de nossa galáxia e de outras similares a ela", acrescentou Neeleman.

No entanto, o resultado não foi o esperado. Os astrônomos acreditavam que veriam frágeis emissões acima do quasar, mas, na realidade, observaram "fortes e brilhantes emissões de carbono procedentes das galáxias e muito afastadas dos quasares situados em segundo plano", explicou o professor de Astronomia da mesma universidade, Xavier Prochaska.

Os dados procedentes do ALMA também revelam que as duas galáxias estão cerca de 12 bilhões de anos luz da Terra e formam estrelas a uma velocidade "moderadamente alta".

Além disso, os especialistas resolveram uma questão que já os intrigava há uma década sobre a formação das galáxias, pois agora sabem que algumas galáxias em seus estágios mais incipientes tinham halos que estavam muito mais estendidos do que se acreditava e que podem consistir de material utilizado para o crescimento da galáxia".

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade