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Rosetta e Schiaparelli, as 2 faces da exploração espacial em 2016

21 dez 2016 - 22h45
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A exploração de Marte neste ano deixou uma "vítima", o módulo Schiaparelli, mas a sonda Rosetta pousou de forma controlada no cometa 67P após uma missão bem-sucedida.

Estes experimentos mostram duas faces da exploração espacial, que em 2016 ampliou suas fronteiras com a chegada de Juno a Júpiter.

O planeta vermelho do Sistema Solar seguiu ocupando as manchetes dos jornais este ano e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou o objetivo de enviar uma missão tripulada de ida e volta para Marte em 2030.

Mas toda empreitada humana de grande envergadura sofre revezes e a tecnologia acabou dando um passo para trás com Schiparelli, que deixou a comunidade científica em expectativa durante horas enquanto esperava que o módulo enviasse um sinal que nunca chegou.

O pequeno módulo fazia parte da missão ExoMars, um projeto conjunto entre Europa e Rússia, que em 19 de outubro colocou sobre Marte uma sonda TGO (Trace Gas Orbiter, em inglês), para detectar traços de gás na atmosfera do planeta vermelho.

No entanto, naquele dia seu objetivo mais visível era fazer aterrissar em Marte o módulo Schiaparelli, um evento que sempre provoca o interesse do grande público e que foi transmitido ao vivo pela internet.

Ainda é cedo para assegurar o ocorreu de ruim, mas acredita-se que um falha no sistema de medição pode ter causado o problema, ao gerar uma informação que fez a nave "acreditar" que estava em solo marciano quando se encontrava a 3,7 quilômetros de altitude.

Os integrantes da ExoMars minimizaram o incidente ao afirmarem que o trágico fim de Schiaparelli, cuja missão era realizar análises científicas enquanto tivesse bateria, não tornava a missão um fracasso, pois o TGO estava em órbita e os cientistas obtiveram todos os dados enviados pelo módulo durante a descida.

A aterrissagem do módulo era uma missão de grande complexidade, por isso, quando os minutos passavam e o telão da sala de controle seguia sem sinal, o ânimo dos especialistas mudou para o silêncio e uma nervosa preocupação, depois que os mesmos comemoraram pouco antes a entrada em órbita do TGO.

O que a comunidade científica pôde sim comemorar neste ano aconteceu em 30 de setembro, com o fim da missão Rosetta, que pousou no cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko de forma relativamente precisa, com apenas 33 metros de diferença do ponto escolhido. Quarenta minutos depois e a 720 milhões de quilômetros da Terra, a sonda se desligou.

A missão da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês) tinha começado 12 anos antes quando Rosetta foi em busca do cometa para se posicionar em sua órbita e acompanhá-lo em sua trajetória ao redor do Sol.

Uma missão que não esteve isenta de problemas, mas que representou grandes conquistas tecnológicas e descobrimentos científicos. A análise e interpretação de todos os dados de Rosetta e de seu módulo Philae levará anos, mas os mesmos permitirão responder perguntas que os técnicos sequer cogitaram, segundo a ESA.

Este ano, a exploração espacial ampliou suas fronteiras com a chegada à órbita de Júpiter, após cinco anos, da sonda da Nasa Juno, o engenho humano que mais se aproximou do gigante gasoso e que o orbitará durante dois anos, até que se choque com ele de maneira controlada.

As fronteiras do conhecimento do espaço também se alargaram este ano com a confirmação, em fevereiro, da existência das ondas gravitacionais, que já haviam sido previstas por Albert Einstein há um século em sua Teoria da Relatividade Geral. Uma descoberta de grande magnitude que abre uma nova janela para o Universo e uma nova era na astronomia.

A Nasa também lançou a sonda Osiris-Rex, que após uma viagem de cinco anos chegará ao asteroide Bennu, qualificado de potencialmente perigoso por sua trajetória, que poderia fazê-lo chocar com a Terra entre 2175 e 2199. Sua missão será recolherá amostras de superfície e trazê-las de volta, além de estudar sua forma, tamanho e órbita.

O ano acabou com uma notícia um tanto curiosa, o lançamento à estratosfera, em um balão, de um bolo de carne e batata para que seja cozido com as altas temperaturas que alcançará em sua reentrada à Terra.

A iniciativa do grupo inglês SentIntoSpace considera que o bolo se congelará durante o trajeto rumo aos 30 quilômetros altura, mas será cozido graças à "enorme velocidade" que adquirirá no descida. E é nisso que consiste a exploração espacial, com seus grandes e pequenos passos.

EFE   
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