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Cientistas captam violentos choques de vento em sistema estelar Eta Carinae

19 out 2016 - 12h17
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Uma equipe internacional de astrônomos conseguiu captar em uma única imagem do conhecido sistema estelar Eta Carinae violentos choques de vento em sua estrutura interna, informou nesta quarta-feira o Observatório do Sul Europeu (ESO).

Utilizando o interferômetro do telescópio de longo alcance, instalado no Chile, os cientistas conseguiram a imagem com maior resolução até agora do sistema, na nebulosa de Carina.

O colossal sistema binário, que está a uma distância de 7.500 anos luz da Terra, consta de duas estrelas que se orbitam mutuamente e é muito ativo, produzindo ventos estelares de até 10.000.000 km/h, indicou o comunicado do ESO.

O trabalho, que foi apresentado em artigo científico na revista "Astronomy and Astrophysics", afirma que a região que há entre as duas estrelas, onde se chocam os ventos de cada uma delas, é muito turbulenta e por isso não tinha ser estudada até agora.

A potência do sistema cria fenômenos dramáticos, como a grande erupção ocorrida em 1830, por causa da expulsão da estrela de maior tamanho - 100 vezes mais massa e 5 milhões de vezes mais luminosa que o Sol - de grandes quantidades de gás e pó em pouco tempo que gerou a conhecida nebulosa de Homúnculo.

Esta estrela é uma provável candidata para a próxima supernova na Via Láctea, ou seja, explodir de forma notável e liberar uma enorme quantidade de energia, segundo comunicado do Instituto Max Planck de Radioastronomia, de Bonn, na Alemanha, que participou do estudo.

Para realizar a pesquisa, a equipe utilizou a capacidade de resolução do instrumento Amber, instalado no telescópio de longo alcance, e combinou três dos quatro telescópios auxiliares de rastreamento para aumentar em dez vezes a capacidade de resolução.

A nova imagem obtida mostra uma impensada estrutura em forma de leque, onde o vento da estrela menor e quente se choca com o vento mais denso da estrela maior do sistema binário.

O efeito combinado dos dois ventos estelares que chocam um com o outro em velocidades extremas gera temperaturas de milhões de graus, suficientemente quentes para emitir raios-X.

"Nossos sonhos se tornaram realidade porque agora podemos obter imagens extremamente nítidas no infravermelho. O telescópio de longo alcance nos dá uma oportunidade única para melhorar nossa compreensão física da Eta Carinae e de outros objeto-chave", afirmou Gerd Weigelt, líder da equipe de pesquisa.

As observações espectrais da zona de colisão tornaram possível medir as velocidades dos intensos estelares para depois produzir modelos de computador mais precisos da estrutura interna desse sistema estelar. Isso ajudará, explica o ESO, a compreender melhor como eles perdem massa e evoluem.

EFE   
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