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COP22 quer convencer setor privado a financiar projetos verdes

8 nov 2016 - 14h35
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A cúpula das Nações Unidas para a mudança climática realizada em Marrakech (COP22) quer convencer o setor privado a financiar projetos sustentáveis e superar assim seu receio perante as "iniciativas verdes".

"Os investidores têm dúvidas sobre se não é arriscado demais financiar projetos sustentáveis", disse nesta terça-feira à imprensa a negociadora francesa Laurence Tubiana, nomeada pela ONU "paladina de alto nível pelo clima", em uma declaração em Marrakech.

Tubiana insistiu na importância de demonstrar aos atores econômicos que "investir no setor das energias fósseis tem riscos maiores que os de financiar projetos de energias renováveis".

"As energias renováveis têm que voltar a ser a norma. A mensagem é simples: podemos perfeitamente ter crescimento econômico e desenvolvimento protegendo os recursos que temos", sustentou.

Trata-se de um processo, segundo a diplomata francesa, que requer convencer o setor privado a ter menos medo na hora de financiar estes projetos baixos em carbono.

"Teremos que esperar boas recomendações da cúpula climática de Marrakech para que possamos trabalhar na mobilização do financiamento", ressaltou Tubiana.

Os mecanismos de financiamento constituem um dos maiores desafios desta cúpula já que deve ser traçado um roteiro dos US$ 100 bilhões prometidos pelos governos no horizonte de 2020.

Vários especialistas apontaram à Agencia Efe a insuficiência destes fundos que terão que ser revisados para cima durante as negociações na COP22, que até 18 de novembro.

Também ressaltaram a importância de envolver o capital privado em projetos destinados a lutar contra o aquecimento global.

O financiamento é um dos principais aspectos do Acordo de Paris, que entrou na sexta-feira passada em vigor e que já está ratificado por cem países; agora é alvo de debate entre os especialistas que começaram suas negociações ontem mesmo, dia no qual foi inaugurada a cúpula de Marrakech.

Segundo Tubiana, os especialistas se dedicarão nesta primeira semana a negociar a forma de implementar esse pacto internacional que tem como fim principal limitar o aquecimento global em menos de dois graus centígrados.

"As negociações terminaram, temos o Acordo de Paris e não vamos voltar a revisá-lo. Agora resta estudar as regras de finalização deste acordo", explicou Tubiana, que disse que os especialistas se centrarão nesta primeira semana da cúpula em dar forma aos aspectos técnicos do pacto.

Outro aspecto que será estudadado é determinar as contribuições nacionais antes de 2018, data que permitirá medir o avanço do compromisso dos governos em sua ação pelo clima.

Também serão estudados os mecanismos de transparência, um desafio significativo nesta cúpula devido ao fato de ter governos que duvidam sobre a possibilidade de ter um sistema estatístico de suas emissões.

Para consegui-lo, Tubiana destaca a pertinência de reforçar as capacidades, um trabalho que começarão a fazer progressivamente os países desenvolvidos a favor dos que estão em vias de desenvolvimento para dotá-los das tecnologias adequadas.

"Sem reforço de capacidades o princípio da transparência não fará sentido", apontou Tubiana, que afirmou que os mecanismos de construção de capacidades é um aspecto que será fixado na cúpula de Marrakech.

Tubiana e sua colega marroquina Hakima el Haiti, também nomeada pela ONU paladina do clima, se encarregarão de fazer um acompanhamento do avanço das negociações e favorece as cooperações destinadas às ações que lutam contra os efeitos da mudança climática.

EFE   
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