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Análise genética revela a existência de 4 espécies de girafas

8 set 2016 - 16h57
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Uma nova análise genética mostrou que existem quatro espécies de girafas, e não apenas uma dividida em várias subespécies, como os estudos científicos explicavam até então.

Os resultados desta pesquisa foram publicados na revista "Current Biology" e, segundo os autores, a efeito de comparação, as diferenças genéticas entre as espécies de girafas são tão grandes como as que existem entre os ursos polares.

A descoberta "inesperada" evidencia a necessidade de se fazer uma pesquisa mais aprofundada sobre as quatro espécies de girafas identificadas, apontam os autores na revista.

"Nos ficamos muito surpresos - com os resultados - porque as diferenças de patrões morfológicos e de pelo entre as girafas são limitadas", afirma Axel Janke, do Centro de Pesquisa do Clima e Biodiversidade Senckenberg e da Universidade de Goethe, na Alemanha.

O número de girafas está sofrendo uma "diminuição drástica" na África, lembram os autores, que disseram que a quantidade foi consideravelmente reduzida nas últimas três décadas: de mais de 150 mil para menos de 100 mil.

Apesar disso, os cientistas afirmam que houve "relativamente poucas pesquisas" sobre esta fauna em comparação com outros animais de grandes proporções como elefantes, leões e gorilas.

Para este trabalho, os pesquisadores examinaram o DNA procedente de biópsias da pele de 190 girafas, uma amostragem que incluía as nove subespécies previamente catalogadas.

A análise genética demonstrou que há quatro grupos altamente diferentes de girafas, que aparentemente não se emparelham entre si. As espécies agora são: girafa do sul ("Giraffa giraffa"); masai ("Giraffa tippelskirchi"); reticulada ("Giraffa reticulata"); e do norte ("Giraffa camelopardalis"), que inclui a girafa de nubiana como uma subespécie (difícil de se encontrar).

Esta última, da Etiópia e do sul do Sudão, foi a primeira descrita, há cerca de 300 anos, explica Julian Fennessy, da Fundação pela Conservação da Girafa da Namíbia. Estas novidades, segundo os autores, tem implicações importantes para a conservação.

"Agora são quatro espécies distintas e o estado de conservação de cada uma delas pode ser melhor definido e acrescentado à Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza", relata Fennessy, também autor do trabalho.

Com esta diferenciação de quatro espécies, o número de girafas do norte é de menos de 4,75 mil exemplares e o de girafas reticuladas menor que 8,7 mil, o que as torna alguns dos grandes mamíferos mais ameaçados do mundo.

EFE   
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