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África e justiça climática marcam início da cúpula de Marrakech

7 nov 2016 - 14h07
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A cúpula das Nações Unidas sobre a mudança climática (COP22) começou nesta segunda-feira em Marrakech com uma chamada a uma maior justiça climática e uma especial insistência no continente africando, muito vulnerável aos efeitos do aquecimento global.

Para a ministra francesa do Meio Ambiente e presidente saliente da anterior cúpula climática de Paris, Ségolène Royal, esta reunião constitui uma oportunidade para inventar o mundo de amanhã e concretamente para conseguir uma "justiça climática".

"Os países mais ricos vivem como se houvesse três planetas, mas os países pobres fazem como se já não existisse mais nenhum", lamentou Royal, que insistiu que o maior desafio desta cúpula de Marrakech é o continente africano.

"Peço justiça climática para a África (...). A mudança climática neste continente é a mais cruel e a mais injusta", disse Royal, afirmando que submeteu à ONU durante seu mandato três relatórios: um sobre a iniciativa africana em energias renováveis, outro sobre mulheres e clima e um terceiro sobre segurança e clima.

Dos 50 países mais afetados no mundo pelo aquecimento global, 36 são africanos, lembrou Royal.

A responsável francesa elogiou os cem países que ratificaram o Acordo de Paris, adotado há 11 meses, e chamou os 93 países que restam para que depositem seus instrumentos de ratificação antes do final de 2016.

O Acordo de Paris tem como fim principal diminuir o aquecimento global, fazendo com que a temperatura do planeta não suba mais do que dois graus centígrados antes do final deste século.

Após inaugurar a cúpula, Royal passou o bastão ao novo presidente da 22ª Conferência da ONU sobre a Mudança Climática, o marroquino Salah ad-Din Mezuar, ministro marroquino de Relações Exteriores interino.

Em seu discurso, Mezuar ressaltou que a cúpula quer dar relevância aos países mais vulneráveis à mudança climática e prometeu que este fórum demonstrará que existem modelos inovadores de desenvolvimento sustentável capazes de incentivar as economias dos países do sul.

"Se Paris deu ao mundo um pacto que compromete os governos, Marrakech é uma nova sessão que porá todas as partes a trabalhar", sustentou Mezuar, que se comprometeu a reforçar um "diálogo aberto e transparente" com todos a favor do clima.

Os oradores na sessão inaugural sublinharam que esta cúpula de Marrakech será dedicada a estabelecer um roteiro para os US$ 100 bilhões prometidos pelos países ricos em apoio de iniciativas de desenvolvimento sustentável nos países pobres.

Em paralelo ao financiamento, a cúpula deve explorar os melhores mecanismos de transferência de tecnologia e o reforço de capacidades, sempre do mundo desenvolvido aos países em vias de desenvolvimento.

Na cerimônia de abertura de hoje participou a secretária executiva do Convenção Marco das Nações Unidas sobre a Mudança Climática, Patricia Espinosa; o prefeito de Marrakech, Mohammed Larbi Belqaid, altos responsáveis da mudança climática na ONU e os chefes negociadores das delegações que representam os diferentes países participantes da cúpula.

Marrakech, que já foi palco uma cúpula climática da ONU em 2001, se preparou coincidentemente para a COP22, que durará duas semanas em meio a drásticas medidas de segurança.

Segundo sublinhou a imprensa marroquina, mais de 12 mil policiais e 7 mil gendarmes (Polícia Militar) foram mobilizados para assegurar a estadia de, pelo menos, 50 mil pessoas, entre nacionais e estrangeiros, que participam desta conferência mundial.

EFE   
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