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Mundo

Países do Atlântico Sul: zona onde 447 caiu é 'buraco negro'

13 jun 2009 - 15h47
(atualizado às 20h30)
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Os 12 países da Europa, América Latina e África, reunidos no Fórum Atlântico Sul, concordaram neste sábado em trabalhar em conjunto contra as ameaças à segurança na região. Na entrevista coletiva, o ministro de Assuntos Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, disse que a queda do avião da Air France, que levava 228 pessoas do Rio de Janeiro para Paris, pôs em evidência o "buraco negro" que existe nesta zona, já que não foi possível obter notícias do aparelho durante as duas horas anteriores a seu desaparecimento, no meio do oceano Atlântico.

infográfico buscas fundo do mar
infográfico buscas fundo do mar
Foto: Art by Terra

"Este é um exemplo muito gráfico, muito dramático. Esse buraco negro é o que queremos eliminar", disse Moratinos, acompanhado de seus colegas da Argentina, Jorge Taiana, e do Marrocos, Fassi Fihri.

Segundo Moratinos, chegou a hora de equilibrar o peso estratégico do Sul do Atlântico em comparação com o Norte e de aproveitar seu potencial em benefício de todos. O acordo também inclui ações contra o tráfico de drogas e de armas, a pirataria e a imigração ilegal.

A reunião contou com ministros e altos cargos do Brasil, Espanha, Portugal, França, Argentina, Uruguai, Marrocos, Angola, Cabo Verde, Camarões, Nigéria e Senegal.

O ministro anunciou que a próxima reunião acontecerá em Nova York, em setembro, aproveitando a presença de todos os membros do fórum na Assembleia Geral da ONU.

O marroquino Fihri afirmou que o valor agregado deste novo fórum é "pragmático e flexível" e que permite sua integração com outros mecanismos bilaterais de cooperação entre continentes.

O ministro marroquino destacou a importância de colaborarem juntos contra as redes de crime organizado e contra novas ameaças de pirataria. Fihri assegurou que os piratas não atuam somente na Somália, mas já ameaçam o Golfo da Guiné e que avançam para a costa nordeste da África.

O acidente

O Airbus A330 saiu do Rio de Janeiro no domingo (31), às 19h (horário de Brasília), e deveria chegar ao aeroporto Roissy - Charles de Gaulle de Paris no dia 1º às 11h10 locais (6h10 de Brasília).

De acordo com nota divulgada pela FAB, às 22h33 (horário de Brasília) o vôo fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III). O comandante informou que, às 23h20, ingressaria no espaço aéreo de Dakar, no Senegal.

Às 22h48 (horário de Brasília) a aeronave saiu da cobertura radar do Cindacta, segundo a FAB. Antes disso, no entanto, a aeronave voava normalmente a 35 mil pés (11 km) de altitude.

A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou uma mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). A equipe de resgate da FAB foi acionada às 2h30 (horário de Brasília).

Desde a manhã de sábado, foram localizados 44 corpos próximos ao local onde a aeronave emitiu as últimas notificações. Mais seis corpos foram resgatados nesta sexta pela Marinha francesa e serão contabilizados quando forem transferidos a uma embarcação brasileira. As vítimas são levadas até Fernando de Noronha por embarcações da Marinha.

EFE   
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