PUBLICIDADE

Política

Oposição quer saída de vice do Equador por caso Odebrecht

Um movimento no parlamento do país recolhe assinaturas para abrir um processo de impeachment contra Jorge Glas

23 dez 2016 - 22h32
(atualizado em 24/12/2016 às 08h53)
Compartilhar
Exibir comentários
O vice-presidente do Equador Jorge Glas (à esquerdai) em encontro com o executivo Ron Hochstein
O vice-presidente do Equador Jorge Glas (à esquerdai) em encontro com o executivo Ron Hochstein
Foto: EFE

Um movimento da oposição no parlamento do Equador, Creo, anunciou nesta sexta-feira que está recolhendo assinaturas para abrir um processo de impeachment contra o vice-presidente do país, Jorge Glas, supostamente envolvido no esquema do pagamento de subornos pagos pela Odebrecht.

O deputado Diego Salgado, um dos líderes do Creo, disse que a medida busca levar Glas a um impeachment na Assembleia Nacional pelo fato de o vice-presidente ter sido responsável por projetos em setores estratégicos, alguns envolvendo propina da companhia.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmou que a Odebrecht pagou aproximadamente US$ 788 milhões em subornos em 12 países da América Latina e da África, incluindo o próprio Brasil.

O relatório indica que no Equador, entre 2007 e 2016, a empresa fez pagamentos de US$ 35,5 milhões a "funcionários do governo", o que gerou um lucro de US$ 116 milhões.

Salgado disse que Glas, como responsável pelos projetos de setores estratégicos do país, deve informar tudo o que sabe sobre propinas aos servidores equatorianos pagos pela Odebrecht. O deputado exige também que o vice-presidente esclareça outro caso de corrupção envolvendo a estatal Petroecuador.

O representante do movimento Creo disse que precisa de 27 assinaturas para abrir o processo de impeachment contra o vice-presidente. Apesar de o Congresso ser dominado pelo governo, Salgado disse acreditar que irá receber o apoio necessário.

"Será complicado que isso prospere rapidamente", disse o deputado, lembrando, porém, das eleições presidenciais e legislativas marcadas para o próximo dia 19 de fevereiro, em que Glas tentará a reeleição como vice-presidente.

A Constituição do Equador prevê que o parlamento pode cassar o mandato do presidente ou do vice apenas por crimes contra a segurança do país, além de peculato, enriquecimento ilícito, genocídio, tortura, sequestro e homicídio por razões políticas.

O parlamentar pediu que a Comissão de Fiscalização da Assembleia Nacional convoque Glas a prestar depoimento nas investigações sobre o caso Odebrecht, uma solicitação em que também incluiu o presidente do país, Rafael Correa.

EFE   
Compartilhar
Publicidade
Publicidade