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Política

Milhares vão às ruas contra reforma da Previdência de Temer

Manifestações ocorreram em 22 capitais, com paralisações parciais de alguns serviços, principalmente do transporte e educação nas capitais.

15 mar 2017 - 21h49
(atualizado em 16/3/2017 às 07h32)
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Milhares de manifestantes foram às ruas de várias cidades do País nesta quarta-feira para protestar contra a reforma da Previdência proposta pelo presidente Michel Temer, que saiu em defesa da medida e disse que ela procura "evitar um colapso".

Além de protestos organizados por sindicatos e movimentos sociais, os manifestantes promoveram paralisações parciais de alguns serviços, principalmente do transporte e educação nas capitais.

O ex-presidente Lula discursa na manifestação contra as reformas da Previdência na Avenida Paulista
O ex-presidente Lula discursa na manifestação contra as reformas da Previdência na Avenida Paulista
Foto: EFE

As paralisações foram apoiadas pelos sindicatos dos funcionários públicos e professores de vários Estados, que obrigaram escolas e universidades a fechar suas portas em várias cidades, como o Rio de Janeiro. Motoristas de ônibus e funcionários do metrô de cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Curitiba também cruzaram os braços.

Apesar de não terem promovido a prometida paralisação do Brasil contra as reformas de Temer, a mobilização foi uma demonstração de força ao Congresso, que se prepara para debater a reforma.

- Manifestação de centrais sindicais contra mudança do sistema de previdência na av. Paulista.
- Manifestação de centrais sindicais contra mudança do sistema de previdência na av. Paulista.
Foto: Fotos Públicas

Em uma primeira reação política, o PSB, da base de Temer, anunciou que votará contra a proposta.

"O PSB não aceita a reforma como foi apresentada, por limitar severamente os direitos sociais, o que afeta de maneira irremediável a população mais vulnerável do país, especialmente em um momento de grave crise econômica", afirmou o partido em comunicado.

São Paulo, a maior cidade do País, amanheceu sem ônibus nas ruas e com o metrô funcionando lentamente. O sistema de transporte se normalizou durante o dia, mas foram registrados bloqueios em importantes vias, engarrafamentos e o fechamento de alguns bancos.

A manifestação na Avenida Paulista contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que alertou em discurso que a reforma impedirá a aposentadoria de milhões de pessoas.

"Queria que (Henrique) Meirelles (ministro da Fazenda) e Temer escutassem a mensagem de vocês. Em vez de fazer uma reforma para tirar o dinheiro do povo, façam a economia voltar a crescer", disse Lula no discurso.

A manifestação na capital paulista teve réplicas em outras cidades do Estado como Campinas, São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Franca, São Carlos, Piracicaba e Limeira.

No Rio de Janeiro, apesar de o transporte público ter funcionado normalmente, as escolas e universidades cancelaram as aulas e alguns bancos não chegaram a abrir suas portas.

Em Brasília, além de uma manifestação que reuniu cerca de 10 mil militantes dos movimentos sem-teto e sem-terra na Esplanada dos Ministérios, centenas de manifestantes ocuparam parcialmente a sede do Ministério da Fazenda, entrando em confronto com seguranças e quebrando algumas das janelas do edifício.

Grandes mobilizações também foram registradas em Belo Horizonte e Recife, totalizando 22 capitais.

No meio dos protestos, Temer saiu em defesa da reforma em um discurso durante um encontro com um grupo de empresários.

"O que fizemos foi apresentar um caminho para salvar a previdência do colapso, para salvar os benefícios dos aposentados e dos jovens que se aposentarão amanhã", afirmou.

"Não queremos que o Brasil, daqui seis ou sete anos, tenha que fazer o que fez Portugal, que teve que cortar os salários dos trabalhadores ativos e dos aposentados, assim como elevar a atividade da aposentadoria", completou o presidente.

EFE   
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