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Senadores vivem expectativa por presença de Dilma no Senado

24 ago 2016 - 19h39
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Muro do impeachment é reerguido na Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Muro do impeachment é reerguido na Esplanada dos Ministérios, em Brasília
Foto: Elza Fiuza/Agência Brasil

A fase final do processo de impeachment da presidente afastada da República, Dilma Rousseff, começa nesta quinta-feira (25), mas a atenção da maior parte dos senadores está voltada para a próxima segunda-feira (29). É neste dia que a petista comparece ao Senado para prestar depoimento, sua última cartada na tentativa de permanecer no mandato.

Amanhã começam os depoimentos de oito testemunhas no processo de impeachment, seis de defesa e duas de acusação. Elas serão questionadas inicialmente pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, que comanda esta fase do processo. Depois, cada senador poderá falar por seis minutos. Por fim, acusação e defesa possuem dez minutos individualmente.

Apesar das conversas nesta quarta-feira (24) entre aliados do presidente interino Michel Temer para tentar acelerar o processo, nos bastidores o que mais movimentava os senadores é a presença de Dilma. "Este é o fato novo do processo. Todos já conhecem o depoimento das testemunhas", disse o senador Reguffe (sem partido-DF) ao Terra.

Dilma Rousseff terá 30 minutos pra se manifestar, com o tempo podendo ser prorrogado a critério de Lewandowski. Depois, cada senador terá dez minutos para questioná-la. “É imprevisível o que poderá acontecer”, comentou o senador José Agripino (DEM-RN). Na visão do presidente nacional do DEM, porém, não deve ocorrer mudança de placar. Ou seja, que será repetido o placar das outras votações, todos desfavoráveis a Dilma.

“Não terei a ousadia de pré-estabelecer (o resultado), mas a tendência pelo pronunciamento dos demais senadores é que isso será mantido, tem sido a rotina nas outras votações”, acrescentou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO). Na visão dele, Dilma "deve explicações ao Brasil". E deve usar seu pronunciamento para “minimizar os danos” que ela teria causado durante seu governo.

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR

Preparação

Senadores aliados de Dilma usarão os próximos dias para preparar a petista para o depoimento de segunda-feira. Vão simular perguntas que a base governista de Temer deve fazer a ela. E vão reforçar que a presença dela reforça a linha de argumentação usada pelos senadores de PT, PCdoB e PDT durante toda a discussão do impeachment no Senado.

“Não temos dúvidas que sim”, afirmou a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR), ao ser questionada se a presença de Dilma pode alterar o placar previsto nos bastidores. Governistas acreditam que a acusação, para condenar a petista por crime de responsabilidade, pode ter até 61 votos favoráveis. São necessários ao menos 54 dos 81 senadores para o impeachment ser aprovado. “Vamos lutar até o fim”, completou.

Testemunhas

Pelo calendário estabelecido pelos líderes com Lewandowski, serão ouvidas quatro testemunhas amanhã e outras quatro na sexta. Prestarão depoimento pela defesa o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, do jurista Geraldo Prado, a ex-secretária de Orçamento Federal Esther Dweck, o ex-secretário executivo do Ministério da Educação Luiz Cláudio Costa e o professor de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) Ricardo Lodi.

Pela acusação, foram arrolados o procurador do Ministério Público de Contas Júlio Marcelo de Oliveira, responsável pela acusação que resultou na recomendação do Tribunal de Contas da União (TCU) pela rejeição das contas de Dilma de 2014, e o auditor do TCU Antonio Carlos Carvalho.

Líderes governistas tentaram fechar um acordo hoje para acelerar as sessões dos próximos dois dias. Queriam limitar a falta de senadores a um por partido. No entanto, não houve acordo na base aliada. Desta forma, será feita uma recomendação aos parlamentares para que não se alonguem nos pronunciamentos e nem repitam as perguntas já feitas pelos colegas.

Fonte: Especial para Terra
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