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Política

Fórum em Madri vê eleições de 2016 como chave para futuro político do Brasil

28 jun 2016 - 15h40
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As eleições municipais de outubro deste ano serão chave para saber qual será o futuro da política do Brasil, especialmente no que diz respeito a seus partidos, de acordo com um grupo de analistas que participou de um fórum em Madri nesta terça-feira.

Os partidos, a Câmara dos Deputados e o Senado estão imersos em um "descrédito absoluto", que desencadeia em uma "situação delicada" do Poder Executivo, afirmou o pesquisador principal para a América Latina do Real Instituto Elcano, Carlos Malamud, na conferência "Certezas e incertezas no futuro do Brasil", organizada na capital espanhola por esta entidade e a Casa da América.

"Um retorno de Dilma Rousseff à presidência colocaria em graves dificuldades o sistema político", argumentou Malamud, que acredita que o país vai precisar de uma "profunda reforma política".

Segundo o editor da revista britânica "The Economist", Michael Reid, além da crise política, o Brasil vive uma crise econômica caracterizada pela queda da produção de matérias-primas e uma crise ética ou moral, representada pela investigação de casos de corrupção na Petrobras, entre outros casos.

O sistema presidencialista brasileiro "funcionou muito bem" em seu início, mas atualmente tem problemas, afirmou o jornalista britânico, que também elogiou as instituições democráticas do país - "são agora muito fortes" - e a Justiça, que segundo ele "não está a serviço dos poderosos".

Por sua vez, o decano da Faculdade de Econômicas e Empresariais da universidade espanhola ICADE, Alfredo Arahuetes, defendeu que provavelmente 2016 será para o Brasil "o ano da resistência", pois a adversidade que encarou foi "muito grande".

De fato, Arahuetes ressaltou que nenhum país em condições normais aguentaria "uma queda das exportações de 25%", como aconteceu com o Brasil.

O país deve realizar, segundo Arahuetes, um ajuste da política fiscal a médio prazo e torná-la "mais harmoniosa para alcançar a estabilidade", pois no contexto atual do Brasil não se pode "insistir em um ajuste a curto prazo".

EFE   
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