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Impeachment

Marina: "é preciso mostrar que crime eleitoral não compensa"

26 ago 2016 - 08h55
(atualizado em 27/9/2016 às 13h07)
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No Paraná, ex-senadora voltou a defender não só o impeachment de Dilma, como também a cassação da chapa completa no TSE
No Paraná, ex-senadora voltou a defender não só o impeachment de Dilma, como também a cassação da chapa completa no TSE
Foto: Mariana Franco Ramos / Especial para Terra

Porta-voz nacional de seu recém-criado partido, a Rede Sustentabilidade, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva falou com o Portal Terra na noite dessa quinta-feira (25), pouco tempo depois de desembarcar no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Ela participou em seguida do lançamento oficial da candidatura do deputado estadual Requião Filho (PMDB) à prefeitura da capital paranaense, na Sociedade Thalia. O peemedebista tem como vice o vereador Jorge Bernardi (Rede). Hoje, Marina concede uma coletiva de imprensa, às 9h30, e em seguida vai a Ponta Grossa (no interior do Estado), prestigiar a chapa encabeçada por Aliel Machado (Rede) e formada também por Elizeu Chociai (PTN).

Terra – A senhora recomendou aos parlamentares da Rede que votassem a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Que análise faz do iminente fim desse processo e da nova configuração política?

Marina - Foi cometido um crime de responsabilidade. Agora estão pagando o preço por esse crime de responsabilidade e por tantas outras irregularidades, por não terem apresentado um programa para ganhar as eleições e por terem levado o nosso país a essa situação que estamos hoje, de profunda crise econômica, de profunda crise política e, principalmente, de profunda crise de valores.

Terra – A Rede continuará defendendo a cassação integral da chapa por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)? Acredita que ainda há tempo?

Marina - Sim, para ser coerente com o que está acontecendo hoje. A (Operação) Lava Jato (de desvio de recursos da Petrobras) está mostrando que o dinheiro do 'Petrolão' foi utilizado nas eleições. É fundamental que o TSE tenha sentido de urgência para que a gente possa dar uma resposta à altura, mostrar que o crime eleitoral não compensa.

Terra - Essa é a primeira eleição da Rede após a homologação no TSE. Qual a expectativa da legenda?

Marina - A expectativa é boa. Estamos já com 700 comissões provisórias no Brasil inteiro, temos cerca de dez a nove candidaturas em capitais próprias da Rede. Em outros estados nós estamos apoiando, como é o caso aqui do Paraná, com o Requiãozinho. E estamos muito felizes com o nosso trabalho. Todo o nosso processo é feito com muito critério, baseado em programa, olhando para a vida e o testemunho dos candidatos que nós estamos apoiando. Enfim, é um esforço de melhorar a qualidade da política, a qualidade da representação nesse momento tão difícil da vida política brasileira, em que há tanto descrédito com os partidos tradicionais, tanto de centro como de esquerda e de direita. A Rede surge exatamente para ajudar a fazer essa renovação também no espaço da política.

Terra – Em Curitiba, a sigla formou chapa com o Requião Filho, que é do PMDB, mesmo partido do presidente do Senado, Renan Calheiros, e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Por outro lado, a senhora e a própria Rede sempre criticaram o que chamam de governo de coalizão. Como se deu essa configuração de alianças?

Marina - É que o nosso critério não é puramente partidário, porque a maioria dos partidos são partidos tradicionais e com muitos problemas. O nosso critério é o programa, o compromisso assumido com o programa e a vida das pessoas. Com certeza o Requiãozinho é tão novo, a vida dele está começando agora e é bom que tenha esse bom começo em ajudar a melhorar a qualidade da política. Eu historicamente sempre tive uma relação de muito respeito com o senador (Roberto) Requião (PMDB-PR), com quem trabalhei durante muitos anos no Senado Federal.

Terra – O ex-presidente Lula deve ser seu principal adversário na corrida ao Palácio do Planalto em 2018? Como vê esse cenário que já começa a se desenhar?

Marina - Isso ainda não sei. A gente não mistura esse momento difícil com a discussão puramente eleitoral. Aliás, o que levou o Brasil para essa crise foi que as pessoas, ao invés de pensarem em projeto de nação, só pensam em projeto de eleição. Nesse momento, nós estamos vivendo a eleição municipal, temos uma candidatura inovadora, um partido inovador que é a Rede, que se baseia em programa e faz aliança programática. Estamos trabalhando para melhorar a qualidade da política. Não estamos fazendo cálculo pensando em 2018.

Fonte: Especial para Terra
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