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Polícia

RJ: delegado diz que 15 cercaram fórum e identifica traficante procurado

1 nov 2013 - 13h02
(atualizado às 13h19)
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Após enterro de Kayo, familiares e amigos protestaram por Justiça em frente ao Fórum de Bangu, local londe ocorreu o tiroteio que matou o menino de oito anos
Após enterro de Kayo, familiares e amigos protestaram por Justiça em frente ao Fórum de Bangu, local londe ocorreu o tiroteio que matou o menino de oito anos
Foto: Daniel Ramalho / Terra

O delegado Rivaldo Barbosa informou nesta sexta-feira que cerca de 15 criminosos cercaram ontem o Fórum de Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, para tentar resgatar os traficantes Alexandre de Melo e Vanderlan Ramos da Silva, que estavam no local para uma audiência. Eles trocaram tiros com PMs que faziam a segurança do fórum e duas pessoas morreram: Kayo da Silva Costa, oito anos, e o sargento da Polícia Militar Alexandre Rodrigues de Oliveira, 39 anos.

Segundo o delegado, três criminosos entraram no imóvel. Entre eles foi possível identificar, por meio das imagens das câmeras de segurança, o traficante Scooby, considerado um dos mais procurados do Rio. Após o tiroteio os suspeitos fugiram, mas os traficantes não foram resgatados. 

"Um dos bandidos já foi identificado e trata-se de Leandro Nunes Botelho, vulgo Scooby. Foi uma ação ousada, onde nós tivemos um policial militar herói que acabou morrendo. Os bandidos foram extremamente cruéis, mas encontraram um policial militar que deu sua própria vida em defesa de um mal. Eles vão ter a resposta necessária o suficiente à ousadia que eles perpetuaram ontem", ameaçou. 

Kayo morreu no local e o policial militar Oliveira chegou a ser socorrido ao Hospital Albert Schweitzer, mas não resistiu. Na corporação há 18 anos, ele era lotado no 14º BPM (Bangu) e foi até o fórum ontem para prestar depoimento. De acordo com Barbosa, o sargento morreu na ação como um herói. "As imagens mostram que ele foi um herói. Subiu para avisar do cerco e foi o primeiro a combater", afirmou.

Os criminosos teriam usado a favela vila Vintém como base para o ataque. Na manhã desta sexta-feira, a polícia faz buscas pelos envolvidos na comunidade. 

Moradores de Bangu fazem protesto

Após o enterro do garoto Kayo, moradores e amigos do menino fazem um protesto em frente ao Fórum de Bangu. Eles gritam o nome de Kayo e por segurança na região. Uma faixa questiona a falta de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). "UPPs na zona sul, abandono e violência em Bangu", diz o cartaz.

Os manifestantes chegaram a interromper o trânsito da rua Francisco Real, uma das principais do bairro. Ao chegar, a Polícia Militar foi hostilizada aos gritos de "por que demoraram tanto? Onde vocês estavam ontem?", diziam. 

O protesto conta ainda com um carro de som e microfone. Várias pessoas usam camisetas com a foto de Kayo e do time Bangu, onde o garoto treinava futsal.

Comerciante relata início da ação

Uma lojista que trabalha na esquina do fórum e que não quis se identificar relatou o que presenciou antes do tiroteio começar. Ela contou que estava trabalhando quando chegaram dois carros com quatro homens de preto que imaginou que fossem da Secretaria da Administração Penintencária (Sap).

O grupo então fechou a rua do fórum e uma paralela. Em seguida, chegou uma Blazer da Polícia Militar e os criminosos começaram a atirar. "Se alguém me contasse eu não acreditaria. Foi o primeiro tiroteio que vi na vida. Eles gritaram 'olha a Blazer' e foi tiro para todo lado", recorda, completando que se escondeu dentro da loja. 

Tiroteio no Fórum de Bangu
Kayo da Silva Costa, oito anos, e o terceiro sargento da Polícia Militar Alexandre Rodrigues de Oliveira, 39 anos, morreram durante um tiroteio em frente ao Fórum de Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Uma mulher e outro PM ficaram feridos, segundo informações do batalhão que faz o policiamento da região.

O tiroteio ocorreu quando homens armados tentaram resgatar os traficantes Alexandre de Melo e Vanderlan Ramos da Silva, que estavam no fórum para uma audiência. Eles trocaram tiros com PMs que faziam a segurança do local. Os homens fugiram, mas os traficantes não foram resgatados. 

Kayo foi atingido quando voltava do treino na escolinha de futebol do Bangu Atlético Clube. Ele morreu no local. O sargento Oliveira, que estava há 18 anos na corporação, chegou a ser socorrido para o hospital Albert Schweitzer, mas não resistiu.

O secretário de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, pediu a transferência de Alexandre e Vanderlan para presídios federais.

Fonte: Terra
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