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Polícia

MP-RJ pede prisão preventiva de pastor Marcos Pereira e Marcinho VP

Os dois foram denunciados pela promotoria fluminense pelo crime de associação para o tráfico

3 set 2013 - 22h15
(atualizado às 22h29)
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O pastor Marcos Pereira é dono da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, que tem a sede localizada em São João de Meriti, na Baixada Flum
O pastor Marcos Pereira é dono da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, que tem a sede localizada em São João de Meriti, na Baixada Flum
Foto: Divulgação

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu nesta terça-feira a prisão preventiva do pastor Marcos Pereira e do traficante Márcio Nepomuceno dos Santos, o Marcinho VP, pelo crime de associação para o tráfico. 

Segundo o promotor Alexandre Murilo Graça, a associação de ambos para o tráfico começou em 1993, época em que Marcos Pereira fazia trabalho de evangelização em presídios, delegacias e comunidades dominadas por facções criminosas. Ao mesmo tempo, Marcinho VP começava a ascender no Comando Vermelho, do qual é um dos principais chefes atualmente.

De acordo com a denúncia do MP fluminense, o pastor agia como “pombo correio” da facção, levando ordens de chefes do tráfico que estavam presos para as comunidades onde atuavam. 

Nas comunidades - principalmente nos complexos do Alemão e da Penha - outros religiosos eram ameaçados e impedidos de realizar seus cultos, o que fortalecia a igreja do pastor.

Marcos também é acusado de usar os templos da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, da qual é um dos líderes, como esconderijo para traficantes e paiol para armas do Comando Vermelho. 

Além disso, segundo a promotoria, “sob o manto de estar fazendo um serviço de ressocialização de criminosos”, convencia fiéis a esconder traficantes e a depor a seu favor.

Resgate

No início de 2000, o pastor passou a gravar supostas ações de resgate de vítimas do tráfico, nas quais ele aparecia para salvar pessoas que haviam sido condenadas à morte pelos traficantes, para convencer outro a abandonar o vício ou para conter uma rebelião em alguma cadeia. 

“Na verdade, os traficantes participavam da simulação e os viciados recebiam drogas e dinheiro do próprio Marcos para participarem da encenação”, diz a promotoria.

Ainda segundo o MP, depoimentos colhidos pela Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) mostram que diversas rebeliões - como a que ocorreu em 31 de maio de 2004 na Casa de Custódia de Benfica, na qual foram assassinados diversos integrantes da facção criminosa Terceiro Comando - eram usadas para fortalecer o poder do pastor e sua projeção na mídia.

"Além da teatralização da 'rendição', Marcos tinha incumbência de relatar o que estava acontecendo do lado de fora (dizer quais os planos das autoridades) e repassar ordens para os membros da quadrilha que não estavam presos”, afirma um trecho da denúncia. 

Em 2006, o pastor atuou, segundo o MP, recebendo ordens dos presídios e levando-as às comunidades, durante os ataques contra civis e policiais em São Paulo e no Rio de Janeiro, como forma de protesto contra o programa de isolamento das lideranças em presídios federais, com a implantação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). 

Segundo o MP, por conta da prisão do pastor, traficantes liderados por Bruno Eduardo da Silva Procópio atacaram a sede do AfroReggae, como represália, com a autorização de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, a pedido de Marcinho VP.  A ação foi encaminhada à 43ª Vara Criminal da capital.

Fonte: Terra
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