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Polícia

Elize relembra assassinato do marido: "tinha mágoa e raiva"

4 dez 2016 - 13h21
(atualizado às 13h22)
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"Eu queria que ele se calasse. Que acabasse aquilo tudo. Aconteceu"
"Eu queria que ele se calasse. Que acabasse aquilo tudo. Aconteceu"
Foto: Paulo Lopes / Futura Press

A bacharel em direito Elize Matsunaga, 35 anos, está sendo interrogada desde as 10h20 deste domingo, durante seu julgamento no Fórum da Barra Funda. Ela é acusada de matar com um tiro e esquartejar o corpo do ex-marido, Marcos Matsunaga, 42 anos. Ao juiz Adilson Paukoski, ela disse que nos seis meses que antecederam o crime, em 2012, estava sendo humilhada por ele. E contou que no dia do assassinato sentia "mágoa e raiva" do marido.

Ao relembrar de Marcos, Elize se emocionou em alguns momentos. Disse que nos oito anos em que mantiveram relação afetiva, o tratamento dado a ela mudou muito. De um homem cavalheiro e gentil, passou a ser agressivo verbalmente. No dia do crime, ele teria acertado um tapa no rosto dela, durante uma discussão conjugal.

"Ele estava xingando minha família. Eu não aguentava mais aquilo. Não era mais o mesmo homem com quem eu convivi antes dos fatos. Eu estava com raiva, mágoa. Era um turbilhão de emoções. Fiquei aliviada", disse ela.

De acordo com a versão apresentada por Elize, Marcos havia mudado de comportamento. Ela desconfiava de que ele estava saindo com outra mulher, o que se confirmou nos dias antes da morte. Elize contratou um detetive que apresentou imagens dele com uma amante.

Nas vésperas do assassinato, ela viajou com a filha e uma babá para o interior do Paraná, para visitar sua família. Porém, antes de sair, contratou o detetive para seguir Marcos. E durante a viagem, esse detetive informou da traição.

Elize contou também que antes da morte, já havia procurado um escritório de advocacia para uma consultoria sobre um eventual divórcio. A advogada que a atendeu disse a ela que se tivesse provas da traição, seria importante, mas que ela não deveria tocar no assunto com Marcos.

Ao voltar para casa, no dia do crime, ela jantava com Marcos quando o assunto veio à tona. Na discussão, Marcos teria dito que ela era louca, que aquilo não passava de alucinações. Foi quando ambos se levantaram e ele teria dado um tapa no rosto dela.

Depois disso, ela conta que  deixou a sala de jantar e foi até um outro cômodo buscar uma arma. O casal praticava "tiro" e havia diversas armas dentro da casa. "Eu queria que ele se calasse. Que acabasse aquilo tudo. Aconteceu".

Ela explica como estava a sua cabeça naquele dia. "Eu poderia ter feito inúmeras coisas. Poderia ter feito um milhão de coisas. Eu não estava normal", afirmou.

Depois de atirar contra o marido, ela conta que não sabia o que fazer com o corpo. Foi quando decidiu esquartejar Marcos e distribuir as partes em três malas.

Ao fim das perguntas do juiz, ela disse se arrepender do crime e que se estivesse mentindo, queria que Deus a castigasse da pior forma possível. Disse ainda sentir muito por conta da sua sogra, que sempre a tratou com respeito.

O crime 

O executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga, 42 anos, foi considerado desaparecido em 20 de maio de 2012. Sete dias depois, partes do corpo foram encontradas em Cotia, na Grande São Paulo. Segundo apuração inicial, o empresário foi baleado e depois esquartejado. 

Principal suspeita de ter praticado o crime, a mulher dele, a bacharel em Direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, então com 31 anos, teve a prisão temporária decretada pela Justiça no dia 4 de junho de 2012.

Fonte: Especial para Terra
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