PUBLICIDADE

Polícia

Elize demonstra arrependimento: "queria que fosse pesadelo"

4 dez 2016 - 16h21
Compartilhar
Exibir comentários
Foto: Paulo Lopes / Futura Press

Em seu depoimento à Justiça, a bacharel em direito Elize Matsunaga demonstrou arrependimento por ter assassinado o marido Marcos Matsunaga, 42 anos, em maio de 2012. Durante o interrogatório de sua defesa, ela afirmou que queria, "de verdade", que tudo não passasse de um pesadelo. Marcos recebeu um um tiro na cabeça, teve o corpo esquartejado, e as partes foram abandonadas em locais diferentes.

Ao responder ao juiz Adilson Paukoski e às perguntas de sua de defesa - ela se recusou a apresentar a sua versão ao Ministério Público -, Elize chorou em diversos momentos, sempre quando se referia à sua família e à filha do casal. Ela também pediu desculpas à mãe de Marcos pelo crime. "Se eu pudesse voltar no tempo não teria feito isso".

Nos momentos em que ela lembrou da morte do marido, manteve sempre a voz firme, reiterando a versão apresentada desde a data do crime. Ela conta que foi um momento de ódio e raiva e que Marcos a humilhava rotineiramente, pelo menos nos seis meses anteriores ao crime.

Ainda assim, ela diz que no restante dos oito anos em que permaneceram juntos, gostava muito dele. "Ele me tratava muito bem, como toda mulher sonha. Achava que não tinha homem como ele. Eu queria ter uma família", disse ela.

Segundo ela, a decisão de esquartejar o corpo se deu como uma solução para retirar o cadáver do apartamento. Ela pensou em ligar para a polícia, mas sabia que se isso acontecesse, deixaria o apartamento presa.

Elize conta que no momento do crime, apenas ela e a filha de um ano estava dentro do imóvel. "Eu não tinha o que fazer. Se eu fosse presa, a criança seria levada para um abrigo, o que eu não queria. Também não podia ligar para a minha sogra para falar que matei o filho dela", disse.

A ré afirmou que nos meses que antecederam o crime, muitas vezes Marcos chegava tarde e com cheiro de perfume. "Quando eu falava que ele estava saindo com outra ele dizia que eu era louca". E logo começavam as ofensas: "Ele falava que eu era uma vaca, uma putinha. Dizia que eu só servia para abrir as pernas, que meu pai era vagabundo..."

Após o interrogatório, serão cinco horas de debate entre acusação e defesa. No primeiro momento, o Ministério Público dispõe de uma hora e meia, mesmo tempo destinado aos advogados de Elize. Depois disso, cada uma das partes terá mais uma hora cada para réplica e tréplica.

Somente depois do debate é que o conselho de sentença vai se reunir para definir o resultado do julgamento, o que deve acontecer somente no início da madrugada. Elize está presa desde 4 de junho de 2012.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade