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Caso Bruno

MG: delegado diz em júri que Bola não jogou mão de Eliza aos cães

Para policial que chefiou investigação, Bola armou 'simulação' para desacreditar depoimentos de testemunhas

24 abr 2013 - 18h58
(atualizado às 19h17)
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O delegado Edson Moreira depõe no julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola
O delegado Edson Moreira depõe no julgamento de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola
Foto: Renata Caldeira / TJMG / Divulgação

O delegado Edson Moreira, que presidiu as investigações do início do caso do desaparecimento de Eliza Samudio em 2010, disse nesta quarta-feira que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, armou uma "simulação" sobre ter jogado a mão da modelo aos cães dele. Segundo o policial, Bola planejou a mentira para desacreditar os depoimentos das testemunhas à investigação. Eliza, ex-amante do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernandes, desapareceu em junho de 2010 - o atleta foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte dela.

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<p>O ex-policial Bola é acusado de matar, esquartejar e ocultar o corpo de Eliza Samudio</p>
O ex-policial Bola é acusado de matar, esquartejar e ocultar o corpo de Eliza Samudio
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

"Os dois (Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, e Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno) que viram a morte por asfixia. Ele asfixiou e quase não saiu sangue. Ele pediu para os dois saírem do recinto que ele ia 'picar' a vítima. Depois, ele sai dissimulando que tinha picado a vítima fala: 'olha a mão dela aí', e joga no canil. Aquilo foi dissimulação do autor para que, se a policia interrogasse as testemunhas, ficassem desacreditadas", disse. O delegado Moreira ainda reforçou. "Estamos aqui com um especialista na arte de matar e dissimular", concluiu.

A narrativa de que a mão de Eliza teria sido jogada para os cães de Bola foi feita por Sérgio Rosa Sales, que foi morto no ano passado, no bairro Minaslândia, na zona norte de Belo Horizonte.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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