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Caso Bruno

Advogado entra com recurso no TJ-MG contra condenação de Bola

No recurso, Ércio Quaresma critica a sentença e pede a nulidade do julgamento

27 abr 2013 - 23h46
(atualizado às 23h50)
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<p>O advogado Ércio Quaresma durante o julgamento do ex-policial Bola que durou seis dias</p>
O advogado Ércio Quaresma durante o julgamento do ex-policial Bola que durou seis dias
Foto: Renata Caldeira/TJ-MG / Divulgação

O advogado Ércio Quaresma, que defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, entrou com recurso neste sábado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) contra a condenação de seu cliente pela morte e ocultação de cadáver de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. O defensor protocolou o documento logo após a juíza Marixa Fabiane Rodrigues fazer a leitura da sentença, que condenou o ex-policial a 22 anos de reclusão. O julgamento aconteceu no Fórum de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

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No recurso, Quaresma critica a sentença e pede a nulidade do julgamento. "No crime de ocultação de cadáver, por exemplo, a pena foi máxima. O Bruno pegou um ano e meio", reclamou, lembrando da pena do goleiro, de 22 anos e três meses de prisão, definida em julgamento em março.

Segundo a advogado, a juíza Marixa Fabiane também não respeitou algumas determinações do TJ-MG feitas por meio de habeas-corpus, como a exibição integral de vídeos e mais tempo para os advogados de defesa nas alegações finais.

Quaresma criticou ainda a postura da imprensa na cobertura do julgamento de Bola. "Vocês (imprensa) têm que repensar este comportamento. Desde o início, houve um pré-julgamento. Houve uma influência monumental disso sobre o resultado aqui hoje", disse.

Advogada de mãe de Eliza considera condenção 'satisfatória'

A advogada Maria Lúcia Borges, que representa a mãe de Eliza, Sonia de Fátima Moura, considerou a condenação de Bola "satisfatória". "Levo essa notícia satisfatória da condenação para dona Sonia, ate porque Bola não confessou e não revelou onde estão os restos mortais da Eliza", apontou.

O caso Bruno

Eliza Samudio desapareceu no dia 4 de junho de 2010 após ter saído do Rio de Janeiro para ir a Minas Gerais a convite de Bruno. Vinte dias depois a polícia recebeu denúncias anônimas de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo Horizonte. O filho de Eliza, então com quatro meses, teria sido levado pela mulher de Bruno, Dayanne Rodrigues. O menino foi achado posteriormente na casa de uma adolescente no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves.

No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por envolvimento no crime. Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza, um motorista de ônibus denunciou o primo do goleiro como participante do crime. Apreendido, jovem de 17 anos relatou à polícia que a ex-amante de Bruno foi mantida em cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães. 

No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como mandante e executor do crime. No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão. 

Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno, Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola seriam levados a júri popular por homicídio triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson responderiam por sequestro e cárcere privado. 

No dia 19 de novembro de 2012, foi dado início ao julgamento de Bruno, Bola, Macarrão, Dayanne e Fernanda. Dois dias depois, após mudanças na defesa do goleiro, o tribunal decidiu desmembrar o processo.  O júri condenou Macarrão, a 15 anos de prisão, e Fernanda Gomes de Castro, a cinco anos. No dia 8 de março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão, dos quais 17 anos e seis meses terão de ser cumpridos em regime fechado. Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher do goleiro e acusada de ser cúmplice no crime, foi absolvida. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que é acusado como autor do homicídio, teve o júri marcado para abril de 2013.

Fonte: Especial para Terra
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