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Polícia

Procurador: secretário do Turismo 'dava dicas' sobre convênios

10 ago 2011 - 21h09
(atualizado às 23h31)
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O procurador da República no Amapá, Celso Leal, representante do Ministério Público nas investigações da Operação Voucher, afirmou nesta quarta-feira à Agência Brasil que escutas telefônicas são provas "consistentes" contra o secretário-executivo do Ministério do Turismo, Frederico Silva da Costa, e outros servidores do alto escalão suspeitos de desviar verbas. "Durante as investigações, por meio de interceptações telefônicas, pudemos constatar a participação dos envolvidos e do Frederico, inclusive dando dicas e auxiliando pessoas que fizeram convênios com o ministério", disse.

Alguns presos foram transferidos ontem para o Amapá
Alguns presos foram transferidos ontem para o Amapá
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil

A ação, da Polícia Federal, foi deflagrada na terça-feira e prendeu 36 pessoas. Hoje, porém, 18 presos temporários foram soltos após depoimento. O alvo da PF foi um suposto esquema de desvio de recursos de convênio com o Ministério do Turismo. As investigações começaram em abril, após um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) que detectou irregularidades no contrato de $ 4,4 milhões firmado entre o ministério e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi).

O procurador informou ainda que na quinta-feira entrará com uma ação cautelar pedindo o bloqueio dos bens dos suspeitos. Além disso, após a conclusão do inquérito policial, o Ministério Público Federal (MPF) vai entrar com as ações penais e as ações de improbidade contra os acusados. "Temos, além de funcionários indicados, funcionários públicos de carreira. Há pessoas responsáveis pela análise de prestação de contas", disse.

De acordo com Leal, as ações penais visam responsabilizar os réus pelos crimes cometidos, como formação de quadrilha, peculato e falsidade ideológica. Já a ação de improbidade visa à punição de cunho político-administrativo, como aplicação de multas e perda dos direitos políticos.

Por enquanto, só quem tem acesso ao inquérito são os advogados de defesa dos acusados, o MPF e a Polícia Federal. Leal garantiu que, após a conclusão das investigações, as provas serão colocadas à disposição da sociedade. Mas, também nesta quarta, o Jornal Nacional divulgou um diálogo gravado com autorização judicial em que Costa orientaria o empresário Fabio de Mello a conseguir um imóvel para servir de fachada para um convênio. "Pega um prédio moderno, meio andar, fala que está com uma sede que está em construção", afirma a pessoa identificada como sendo o secretário. "A gente tem um prédio de três andares, grande", diz Fábio. Ao que o outro responde: "mas o importante é a fachada, tem que ser uma coisa moderna que inspira confiança".

Agência Brasil Agência Brasil
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