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Polícia

Psicóloga forense vê características de psicopata em atirador

7 abr 2011 - 17h44
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Vagner Magalhães
Direto de São Paulo

A forma com que o atirador Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, invadiu na manhã desta quinta-feira a Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, e matou pelo menos 11 crianças, pode ser caracterizada como um ato de um psicopata à luz da psicologia forense. Após ser atingido pelo disparo de um policial, ele se suicidou. Essa é a opinião de Maria de Fátima Franco dos Santos, professora da área na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-SP).

Wellington Menezes de Oliveira foi o autor dos disparos que deixou pelo menos 11 mortos
Wellington Menezes de Oliveira foi o autor dos disparos que deixou pelo menos 11 mortos
Foto: Reprodução MB / Futura Press

De acordo com ela, esse tipo de crime invariavelmente é praticado por pessoas que possuem sintomas de uma doença mental (psicose) ou por um psicopata. A psicopatia é um distúrbio mental grave caracterizado por um desvio de caráter, ausência de sentimentos genuínos, frieza, insensibilidade aos sentimentos alheios, manipulação, egocentrismo, entre outras características.

"Pelas informações que foram divulgadas, ele não parecia ter esquizofrenia, já que me pareceu que ele era bastante organizado. Ele premeditou o crime, se apresentou dizendo que ia fazer uma palestra e parecia ter intimidade com armas. Ele se preparou para o ato que cometeu", disse.

Segundo ela, uma das características comuns em casos desse tipo é ele ter voltado a uma escola de onde foi aluno. "Quando alguém age dessa forma, pode ter raiva do local. Em tese, pode ter sofrido agressões psicológicas em sua época de estudante, ou quis se vingar de alguém."

Atentado

Um homem matou pelo menos 11 crianças a tiros após invadir uma sala de aula da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da escola e se suicidou logo após o atentado. Testemunhas relataram que o homem portava mais de uma arma.

Wellington entrou na instituição alegando ser palestrante, e as razões para o ataque ainda são desconhecidas. O comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, coronel Djalma Beltrame, afirmou que o atirador deixou uma carta de "teor fundamentalista", com frases desconexas e incompreensíveis e menções ao islamismo e a práticas terroristas. Os feridos foram levados para os hospitais estaduais Albert Schweitzer (que recebeu a maior parte das vítimas) e Adão Pereira Nunes, o Hospital Universitário Pedro Ernesto, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e o Hospital da Polícia Militar.

Fonte: Terra
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