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Polícia

Antes de ataque, Rio já tinha CPI sobre portarias de escolas

7 abr 2011 - 14h56
(atualizado às 15h05)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto de Rio de Janeiro

O vereador do Rio Paulo Messina (PV), presidente da Comissão de Educação e Cultura e relator da CPI que investiga a contratação de porteiros em escolas municipais, esteve nesta quinta-feira na Escola Tasso da Silveira, onde pela manhã um homem entrou armado e matou mais de dez crianças. Ele comparou a tragédia ao filme Tiros em Columbine - premiado documentário sobre uma chacina num colégio dos Estado Unidos - e criticou o fato das escolas cariocas não contarem com profissionais em suas portarias.

Atirador feriu e matou diversas crianças numa escola municipal
Atirador feriu e matou diversas crianças numa escola municipal
Foto: Reuters

Veja localização de escola invadida por atirador

A contratação de porteiros foi terceirizada pela prefeitura do Rio e constatou-se que as empresas vencedoras usavam indicações políticas para nomearem os porteiros. Devido à suspeita fraude, a licitação foi suspensa e as escolas ficaram desprotegidas. "A simples presença de um porteiro, que checasse desconhecidos que entram na escola e revistassem suas bolsas, poderia ter evitado a tragédia de hoje", disse, afirmando que os colégios não precisam parecer "fortificações" para oferecerem segurança. "Bastava uma pessoa ter olhado a mochila do atirador."

"É inaceitável que haja indicações políticas para contratação, mas também é absolutamente inaceitável que as escolas fiquem sem porteiros", falou. Segundo Messina, muitos voluntários prestam serviços em escolas, mas é necessário que haja treinamento para essa função. O vereador afirmou que a CPI será concluída na próxima semana.

Para o assistente de segurança patrimonial Felipe Luís Alves da Silva, 32 anos, falta a presença permanente da Guarda Municipal nas escolas. "É uma boa escola, eu mesmo estudei aqui, mas tem pequenos problemas como todas as escolas municipais", disse, acrescentando que seu filho de 14 anos também estuda o colégio, porém à tarde. Felipe contou que o diretor e o inspetor da escola cuidam da segurança, não deixam estranhos entrarem e mantém a portaria fechada.

Ele mora perto e correu para a escola ao ouvir tiros e gritos. Disse que viu "cenas de horror", com crianças feridas e mortas pelo chão. Com muitos vizinhos, ajudou a levar os feridos para as ambulâncias.

Atentado

Um homem matou mais de dez crianças a tiros após invadir uma sala de aula da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da escola e se suicidou logo após o atentado. Testemunhas relataram que o homem portava mais de uma arma.

Wellington entrou na instituição alegando ser palestrante, e as razões para o ataque ainda não são conhecidas. O comandante do 14º Batalhão da Polícia Militar, coronel Djalma Beltrame, afirmou que o atirador deixou uma carta de "teor fundamentalista", com frases desconexas e incompreensíveis e menções ao islamismo e a práticas terroristas. Os feridos foram levados para os hospitais estaduais Albert Schweitzer (que recebeu a maior parte das vítimas) e Adão Pereira Nunes, o Hospital Universitário Pedro Ernesto, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia e o Hospital da Polícia Militar.

Fonte: Especial para Terra
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