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Política

Dilma chora e promete luta obstinada contra a pobreza

1 jan 2011 - 15h20
(atualizado às 16h29)
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Vagner Magalhães
Direto de Brasília

A presidente Dilma Rousseff chorou na tarde deste sábado durante seu discurso de posse no Congresso Nacional, em Brasília. Em seu pronunciamento, Dilma reafirmou o compromisso de seu governo na luta contra a fome e a miséria. "A luta mais obstinada de meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos", afirmou.

"Uma expressiva mobilidade social ocorreu nos dois mandatos do presidente Lula, mas ainda existe pobreza a envergonhar nosso País e a impedir nossa afirmação plena como povo desenvolvido. Não vou descansar enquanto houver brasileiro sem alimento na mesa", disse a presidente, interrompida por aplausos.

Dilma afirmou que pretende consolidar a obra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A presidente disse que assume o cargo para dar continuidade ao maior processo de afirmação que esse País já teve. Dilma também assumiu o compromisso de "honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos".

"Venho para abrir portas, para que muitas outras mulheres também possam, no futuro, ser presidentas e para que, no dia de hoje, todas as mulheres brasileiras sintam o orgulho e a alegria de ser mulher. Não venho para enaltecer a minha biografia, mas para glorificar a vida de cada mulher brasileira. Meu compromisso supremo, reitero, é honrar as mulheres, proteger os mais frágeis e governar para todos", afirmou.

Segundo ela, depois de eleger um homem do povo, o brasileiro decidiu colocar uma mulher no cargo maior do País. "Venho para consolidar a obra transformadora do presidente Lula, com quem tive a mais valiosa experiência política de minha vida. (A obra) de um presidente que mudou a forma de governar e levou o povo brasileiro a confiar mais em si mesmo e no futuro de seu país. (...) A maior homenagem que posso prestar a ele é ampliar as políticas de seu governo", afirmou.

"Hoje será a primeira vez que a faixa presidencial cingirá o ombro de uma mulher", afirmou. "Tenho comigo a força e o exemplo da mulher brasileira. Abro meu coração neste momento para receber uma centelha de sua energia", disse Dilma, referindo-se à faixa. Ela se disse honrada e afirmou saber o significado histórico dessa decisão e que vai trabalhar para melhorar as condições de vida do povo brasileiro.

Em um discurso de 40 minutos, Dilma se emocionou ao dizer que governará para todos os brasileiros. "Estendo minha mão para os partidos de oposição e aqueles que não me acompanharam nessa jornada. Sou a presidenta de todos os brasileiros", disse Dilma ao conter as lágrimas. "Dediquei toda a minha vida à causa do Brasil. Entreguei minha juventude ao sonho de um país justo e democrático", declarou a presidente, ainda muito emocionada, que dedicou o momento àqueles que lutaram, como ela, por um país justo.

Ela também lembrou de seus tempos de luta pela democracia e disse não ter arrependimento pela luta que empreendeu. "Não tenho qualquer arrependimento, nem ressentimento ou rancor. Muitos da minha geração que tombaram pelo caminho não podem compartilhar a alegria deste momento. Rendo a eles a minha homenagem", afirmou.

Promessas

Entre as medidas prometidas para o seu governo, Dilma defendeu as reformas política e tributária. "É inadiável a implementação de um conjunto de medidas que modernizem o sistema tributário."

Dilma prometeu um governo para todos e que vai trabalhar para melhorar a qualidade das despesas do governo, com ampliação dos níveis de investimento em detrimento dos gastos de custeio.

A presidente afirmou que tanto as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) quanto do projeto Minha Casa, Minha Vida terão os seus investimentos sobre o estrito acompanhamento da Presidência e dos ministérios. Ela disse ainda que ampliará as vagas para o ensino médio e profissionalizante. "Os investimentos previstos para a Copa do Mundo e das Olimpíadas visarão ganhos permanentes", disse.

Dilma também comprometeu-se a investir na saúde pública. "Consolidar o Sistema Único de Saúde (SUS) será outra grande prioridade de meu governo. Para isso vou acompanhar pessoalmente o desenvolvimento deste setor tão importante para a vida do brasileiro", afirmou.

A presidente também disse ser necessário conter a inflação: "não permitiremos que essa praga volte a corroer nosso tecido econômico". "É com crescimento que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações", afirmou Dilma, acrescentando que é com ele que "venceremos a desigualdade de renda e de desenvolvimento regional".

Pré-Sal

A presidente empossada destacou a importância das reservas de petróleo da camada pré-sal no desenvolvimento do Brasil. Segundo Dilma, a descoberta é "nosso passaporte para o futuro". "O Brasil tem pela primeira vez a possibilidade real de se tornar um país desenvolvido", disse. Segundo ela, a responsabilidade de seu governo será "transformar a enorme riqueza descoberta com a camada pré-sal em poupança de longo prazo".

Alencar

Além dos elogios a Lula, Dilma se lembrou do ex-vice-presidente José Alencar, que luta contra um câncer há 13 anos e não pôde comparecer à cerimônia por estar internado no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. "Que exemplo de coragem e de amor à vida nos dá esse grande homem", disse Dilma, que chamou Alencar de "incansável lutador".

Segundo Dilma, o legado de Lula e Alencar servirá de base para seu futuro governo. "Eu e Temer nos sentimos responsáveis por seguir no caminho iniciado por eles. Um governo se alicerça no acúmulo de conquistas realizadas ao longo da história. Ele sempre será, ao seu tempo, mudança e continuidade", afirmou.

Dilma quase chora ao falar que é presidente de todos:
Fonte: Terra
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