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Polícia

Promotor classifica possível acareação como "desespero" da defesa

24 mar 2010 - 20h07
(atualizado às 21h27)
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O promotor Francisco Cembranelli, representante do Ministério Público na acusação do casal Nardoni, classificou como "desespero de trazer um fato novo" a possibilidade da defesa de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá requerer uma acareação com Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella. O pedido pode ser feito pelo advogado Roberto Podval na manhã desta quinta-feira, quando o julgamento deverá recomeçar com o interrogatório dos réus.

"Posso ser castrado", diz Podval sobre acareação:

"Manter Ana Carolina isolada no fórum é uma tentativa desesperada da defesa trazer um fato novo. Ela (a mãe da menina) está abalada e deprimida. Uma possível acareação a colocaria frente a frente com um dos autores da morte de sua filha, o que implicaria em graves prejuízos psicológicos", disse aos jornalistas, ao deixar o Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo.

Cembranelli ainda desmereceu o trabalho realizado pela defesa dos réus até esta quarta-feira, terceiro dia do julgamento. Na avaliação dele, a atuação dos advogados tem sido pífia. "Eles (defesa) entraram no julgamento prometendo desconstruir a tese da acusação, mas até o momento foram pífios. Iriam destruir nossos argumentos, mas dispensaram quase todas as testemunhas", afirmou.

Na entrevista coletiva, o promotor elogiou a atuação da perita Rosangela Monteiro, a primeira ouvida nesta quarta-feira. Ele a descreveu como uma professora em sala de aula. "A defesa não sabia exatamente o que perguntar a ela", afirmou.

Por último, o representante do MP classificou o "estado de espírito" dos jurados como de moral elevada. "Os jurados sabem que estão fazendo história e estão todos muito animados com isso, apesar dos três dias de um cansativo julgamento", disse.

O caso

Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.

O júri popular do casal começou em 22 de março e deve durar cinco dias. Pelo crime de homicídio, a pena é de no mínimo 12 anos de prisão, mas a sentença pode passar dos 20 anos com as qualificadoras de homicídio por meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e tentativa de encobrir um crime com outro. Por ter cometido o homicídio contra a própria filha, Alexandre Nardoni pode ter pena superior à de Anna Carolina, caso os dois sejam condenados.

Fonte: Redação Terra
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