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Após licença, Agaciel volta ao Senado e trabalhará com pesquisa

23 set 2009 - 19h31
(atualizado às 20h43)
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Marina Mello
Direto de Brasília

Depois das 18h desta quarta-feira o ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia se apresentou para trabalhar no Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), órgão da Casa onde está lotado desde o início da crise do órgão, quando ele teve que ser afastado após denúncias de irregularidades.

Agaciel Maia ficou em licença remunerada por 90 dias
Agaciel Maia ficou em licença remunerada por 90 dias
Foto: Marina Mello / Terra

O ex-diretor geral responde a um processo administrativo em consequência dos desdobramentos dos atos secretos. Ele foi exonerado do cargo de diretor e pediu licença remunerada, que terminou hoje. Questionado sobre o motivo de ele só ter se apresentado após o horário de expediente, o ex-diretor explicou que agora vai desempenhar uma função mais voltada para a área "acadêmica" e que não precisa estar necessariamente "atrás de uma mesa" para trabalhar.

"Acho até estranha essa pergunta, porque após 33 anos no Senado, nunca apresentei atestado médico para deixar de trabalhar. Se eu me apresentar de manhã ou de tarde, não faz diferença, porque vou fazer um trabalho de pesquisa. Necessariamente não tenho que fazer um trabalho de pesquisa", disse.

O servidor, que ocupou o cargo de diretor-geral por 14 anos afirmou não estar decepcionado por voltar a trabalhar como funcionário comum. "Sempre me coloquei do outro lado da mesa. Por isso, até hoje os servidores gostam de mim. Sempre estive preparado para voltar à planície", afirmou.

Denúncias

O ex-diretor afirmou que, entre todas as denúncias trazidas pela imprensa contra ele, a única que ainda está em curso é a relativa aos atos secretos, pois, já teria conseguido comprovar que não há irregularidade na compra de sua mansão, avaliada em R$ 5 milhões.

"A cada denúncia, cabe a mim, ir explicando e removendo uma a uma", disse. "O diretor-geral não é responsável por carimbar e mandar publicar", afirmou em relação aos atos secretos.

"Estou confiante porque o extrato final dos atos que a imprensa chama de secretos dá pra ver que não tem nenhuma irregularidade. Nunca cometi nenhuma ilegalidade nem pedi para nenhum servidor cometê-la", disse.

Agaciel considera ter sido injustiçado. "Não tenho (mágoas), mas você fica sofrendo, algumas coisas são injustas. (...) Quando se espreme tudo, o que é que fica? Qual é o pecado de Agaciel, ele indicou filho, ele indicou irmão? Precisar eu até precisava, mas eu não quis", afirmou.

Atos secretos

Os atos secretos são decisões do Senado que não haviam sido publicadas em boletins administrativos de pessoal. A maioria deles, relativos a decisões tomadas entre 1º de janeiro de 1995 e 12 de junho de 2009, ocultava benefícios e contratações de parentes.

Foi após o escândalo com os atos secretos que Sarney passou a sofrer maiores pressões para deixar o cargo. Agaciel seria o principal responsável pela não publicação das decisões.

Fonte: Terra
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