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Política

Gravação comprovaria participação de Sarney em atos secretos

22 jul 2009 - 06h54
(atualizado às 11h44)
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Gravações da Polícia Federal (PF) realizadas com autorização judicial, durante a Operação Boi Barrica, comprovariam a participação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), na negociação que culminou na nomeação do namorado de uma de suas netas, Maria Beatriz Sarney, como assessor parlamentar. Em uma das gravações, Maria Beatriz intercede junto ao pai, Fernando Sarney - indiciado no último dia 15, no âmbito da operação - para que seu namorado ocupe uma vaga na Casa. A contratação teria sido intermediada pelo então diretor-geral do Senado Agaciel Maia e foi feita por ato secreto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Neta de Sarney pede emprego para namorado no Senado:

Uma das gravações, de Maria Beatriz para o pai, em 30 de março de 2008, já havia sido divulgada pelo Estado na semana passada. Ela demonstra interesse em nomear a uma vaga no Senado um suposto namorado. Henrique Dias Bernardes entraria no lugar deixado por Bernardo Brandão Cavalcanti Gomes, irmão de Beatriz por parte de mãe, que estava na folha de pagamento do Senado desde 2003, mas tinha pedido demissão.

No dia seguinte, Fernando Sarney teria dito à filha que mandou Agaciel reservar uma vaga para o namorado. Segundo Fernando, Agaciel lhe pediu que conversasse sobre o assunto com Sarney, porque a nomeação dependia, formalmente, da chancela de Garibaldi Alves (PMDB-RN), à época presidente do Senado.

De acordo com o Estado, outra gravação aponta para uma ligação de Fernando para o pai, na qual Sarney mostraria contrariedade por não ter sido avisado com antecedência sobre a demissão de Bernardo: "Ele falou assim: Ah, você tinha que ter falado antes pra eu já agilizar." O suposto namorado foi nomeado em 10 de abril, por meio de um ato secreto assinado por Agaciel, depois da exoneração do meio-irmão de Beatriz.

Operação da PF

A Operação Boi Barrica, que começou há dois anos, investiga transações financeiras ilegais, como prática de caixa dois às vésperas das eleições de 2006. À época, a irmã de Fernando, Roseana Sarney, era candidata ao governo do Estado. Fernando Sarney é apontado como o "líder da quadrilha" e é alvo de cinco inquéritos abertos pela Polícia Federal. Outra filha dele, Ana Clara, é investigada, mas ainda não foi ouvida.

De acordo com o Estado, a operação foi rebatizada pela Polícia Federal de Operação Faktor depois de reclamações do conjunto folclórico maranhense que inspirou o nome da ação. O grupo de boi-bumbá Boizinho Barrica tem os Sarney como padrinhos.

Fonte: Terra
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