Fundação Sarney repassa recursos da Petrobras a diretor
A Fundação José Sarney repassou recursos recebidos da Petrobras, referentes ao patrocínio cultural, a um dos diretores da própria entidade. A verba da estatal tinha como destino a preservação do acervo da época em que o senador José Sarney (PMDB-AP) era presidente da República. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
Sidney Gonçalves Costa Leite, diretor do Núcleo de Processamento de Dados da instituição, recebeu da fundação R$ 6.500 para ministrar curso de capacitação de funcionários. Sua empresa, a SGC Leite & Cia teria treinado ao menos 13 pessoas, de acordo com o jornal.
Leite admitiu ter sido contratado e disse que não vê irregularidades na terceirização do serviço. Segundo ele, o contrato foi "uma emergência", pois ele "conhecia o sistema" utilizado nos computadores da fundação.
A Petrobras repassou R$ 1,3 milhão à Fundação José Sarney via Lei Rouanet, que dá incentivos fiscais a quem investe em projetos culturais. O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar se parte do dinheiro destinado ao patrocínio cultural teria sido repassado a empresas fantasmas e de propriedade de parentes de Sarney.
Ligação com associação
De acordo com a reportagem da Folha, Sidney Gonçalves Costa Leite, além de ser diretor da Fundação José Sarney é também tesoureiro da Associação dos Amigos do Bom Menino das Mercês (Abom) desde 2000.
A Abom também teria recebido recursos públicos por meio de patrocínio cultural e feito repasses de forma ilegal. Parte do dinheiro recebido pela associação - R$ 389 mil - foi repassado pela Eletrobrás, estatal controlada por aliados do presidente do Senado.
