Renúncia de Sarney é pedida pela 1ª vez em Plenário
Keila Santana
Direto de Brasília
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) inaugurou os discursos que pedem a renúncia do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Segundo o senador gaúcho, a situação de Sarney ficou insustentável a ponto de não ser mais suficiente apenas o afastamento defendido antes para aplacar a crise.
"Eu digo com a maior tristeza, com a maior mágoa. Nessa altura, não adianta o presidente Sarney se licenciar. Ele tem que renunciar à presidência do Senado", disse Simon. "Ele tem que fazer o que os seus antecessores fizeram. E nós devemos nos reunir para escolher alguém que seja a representação de todos nós. Não adianta suspender os atos, não adianta indicar nada."
O Psol reforçou o coro pela renúncia. O líder do partido, senador José Nery, disse que não há outra saída para melhorar a imagem da Casa que não seja uma nova eleição para presidente.
"É melhor que o presidente se afaste para que a investigação seja transparente, punindo ao final todos os culpados por estas falcatruas que todo mundo conhece e que a população está enojada, querendo solução, querendo punição. O Senado precisa se reorganizar, precisa renascer e o melhor é que ele se afaste, renuncie", afirmou.
Os discursos foram feitos sem a presença de José Sarney em Plenário. O senador, antes, divulgou nota informando que enviou ofício ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que busque registro de contas dele no exterior.
Sarney se comprometeu a assinar documentos que permitam o rastreamento em instituições financeiras internacionais de qualquer depósito ou movimentação bancária em nome dele.
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