MPF denuncia Daniel Dantas por lavagem de dinheiro
O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo denunciou à 6ª Vara Federal Criminal o banqueiro Daniel Dantas, controlador do grupo Opportunity, pelos crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e crime de quadrilha e organização criminosa. Dantas foi preso por duas vezes no desdobramento da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, iniciada em 8 de julho de 2008, e conseguiu ser libertado após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com informações do MPF, a denúncia detalha como o Opportunity, quando estava no comando da Brasil Telecom, teria financiado o chamado "valerioduto" - nome dado ao esquema que teria sido comandado pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza para operar o chamado mensalão, suposto pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político ao governo. Além da Dantas, outras 13 pessoas foram denunciadas.
De acordo com reportagem do jornal Folha de S.Paulo do último sábado, a denúncia foi entregue à Justiça na sexta-feira. O juiz federal responsável pelo caso, Fausto Martin De Sanctis, deve decidir se acolhe ou não a denúncia.
Segundo o jornal, a denúncia entregue na sexta-feira se refere ao chamado "inquérito-mãe", que trata dos supostos crimes de gestão fraudulenta e contra o sistema financeiro.
Em um segundo inquérito, Dantas foi denunciado no ano passado por De Grandis. O banqueiro foi condenado a dez anos de reclusão pelo juiz da 6ª Vara, Fausto De Sanctis, por suposta corrupção ativa. Dantas recorreu da sentença.
Veja os denunciados e os crimes:
Verônica Valente Dantas: sócia, diretora e conselheira de várias empresas do grupo e do banco. Crimes quadrilha e organização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira, evasão de divisas e lavagem de dinheiro;
Dório Ferman: presidente do banco Opportunity. Crimes de quadrilha eorganização criminosa, gestão fraudulenta de instituição financeira, gestão temerária de instituição financeira, evasão de divisas e lavagem de dinheiro;
Itamar Benigno Filho: diretor do banco. Crimes gestão temerária de instituição financeira e participação no crime de gestão fraudulenta de instituição financeira;
Danielle Silbergleid Ninnio: da área jurídica do grupo, ex-assessora jurídica da Brasil Telecom. Crime de quadrilha e organização criminosa;
Norberto Aguiar Tomaz: diretor do banco. Crime de lavagem de dinheiro;
Eduardo Penido Monteiro: diretor do banco. Crime de lavagem de dinheiro;
Rodrigo Bhering Andrade: diretor de empresas ligadas ao grupo. Participação no crime de gestão fraudulenta de instituição financeira;
Maria Amália Delfim de Melo Coutrim: conselheira de diversasempresas do grupo. Participação no crime de gestão fraudulenta deinstituição financeira;
Humberto José Rocha Braz: ex-diretor da Brasil Telecom e atual consultor do grupo Opportunity, já foi condenado a sete anos de prisão em processo pelo crime de corrupção ativa. Crimes de quadrilha e organização criminosa e duas lavagens de dinheiro;
Carla Cicco: ex-presidente da Brasil Telecom. Participação no crime de gestão fraudulenta de instituição financeira;
Guilherme Henrique Sodré Martins: o Guiga, lobista do Opportunitty. Crimes de quadrilha e organização criminosa;
Roberto Figueiredo do Amaral: lobista e consultor. Crimes de quadrilha e organização criminosa e lavagem de dinheiro;
William Yu: consultor financeiro. Crimes de quadrilha e organizaçãocriminosa e lavagem de dinheiro.