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Natal fica sem transporte público pelo segundo dia

20 jan 2017 - 15h43
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Ônibus são atacados e incendiados em garagem de empresa transportadora. Mesmo com PM dentro da penitenciária de Alcaçuz, detentos amanhecem nos telhados do presídio.A população de Natal vive nesta sexta-feira (20/01) o segundo dia consecutivo sem transporte público, depois que uma série de atos criminosos foi registrada na cidade desde a noite de quarta-feira. Na última madrugada, mais dois ônibus foram incendiados e uma delegacia foi atacada.

Segundo a Secretaria de Defesa Social do Rio Grande do Norte, os ataques já totalizam 34 ocorrências, entre incêndios e princípio de incêndio, em veículos e prédios públicos. As autoridades estaduais investigam se os veículos queimados têm relação com o motim do último final de semana na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, onde 26 detentos foram mortos, ou são uma resposta à transferência de 220 presos do mesmo complexo para outros presídios na quarta-feira.

O ataque aos ônibus da última madrugada ocorreu na zona norte de Natal por volta de 2h, quando três homens lançaram coquetéis molotov em veículos estacionados na garagem da empresa Reunidas. As autoridades deverão contar com as câmeras de segurança para ajudar nas investigações.

Caicó, no interior do estado, também foi alvo de ataque semelhante. De acordo com a secretaria, a Delegacia da Mulher foi atacada com um coquetel molotov por volta de 1h, deixando uma sala danificada.

A circulação de ônibus em Natal está interrompida desde quinta-feira, depois que mais de uma dezena de veículos foram queimados pela cidade, além de cinco viaturas da polícia e outras duas delegacias que foram alvo de tiros. A previsão era de que o serviço fosse normalizado nesta sexta, mas as novas ocorrências obrigaram a manter a frota na garagem.

Na quinta-feira, o presidente Michel Temer autorizou o envio das Forças Armadas para a capital potiguar em resposta a um pedido feito pelo governador Robinson Faria.

Os ataques no RN acontecem em meio à crise que eclodiu em diversas prisões do país desde o início do ano, quando 56 detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, foram mortos em uma rebelião atribuída a uma briga de facções.

Amotinados em Alcaçuz

Nesta sexta-feira, detentos seguem amotinados na penitenciária de Alcaçuz, na região metropolitana de Natal, pelo sétimo dia consecutivo, e a Polícia Militar se prepara para uma nova incursão no complexo até o final do dia. Os detentos amanheceram nos telhados da penitenciária.

Na quinta-feira, os detentos promoveram uma batalha campal no presídio. Os agentes penitenciários tentaram controlar o tumulto com a ajuda de bombas de efeito moral e balas de borracha e a polícia militar acabou entrando no presídio, mas os grupos voltaram a ocupar livremente as áreas comuns do complexo penitenciário nesta sexta.

IP/afp/efe/abr/lusa/ots

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