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Moro impõe sigilo sobre planilha de repasses da Odebrecht a políticos

23 mar 2016 - 18h36
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Na relação aparecem nomes de políticos do governo e da oposição, como Aécio Neves, Eduardo Cunha e Jaques Wagner. Juiz justifica medida para que STF possa julgar as autoridades com foro privilegiado.

O juiz federal Sergio Moro, responsável pelas investigações da Operação Laja Jato, decidiu nesta quarta-feira (23/03) decretar sigilo sobre o processo ao qual foram anexadas planilhas de pagamentos feitos pela Odebrecht a cerca de 200 políticos de 18 partidos.

O processo resulta das investigações da 23ª fase da Operação Lava Jato, conhecida como Acarajé. Na planinha apreendida pela Polícia Federal na casa de Benedicto Barbosa da Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, constam os nomes de políticos da oposição e do governo que teriam recebido repasses da empreiteira. Não há comprovação de que as quantias tenham sido transferidas de modo ilegal.

Em seu despacho Moro diz apenas que a lista "aparentemente" aponta pagamentos feitos pela Odebrecht a políticos. "Prematura conclusão quanto à natureza desses pagamentos. Não se trata de apreensão no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e o referido Grupo Odebrecht realizou, notoriamente, diversas doações eleitorais registradas nos últimos anos", argumentou o juiz.

Ele determinou que o Ministério Público Federal (MPF) examine a possibilidade de enviar esses documentos ao Supremo Tribunal Federal (STF). “De todo modo, considerando o ocorrido, restabeleço sigilo neste feito e determino a intimação do MPF para se manifestar, com urgência, quanto à eventual remessa ao Egrégio Supremo Tribunal Federal para continuidade da apuração em relação às autoridades com foro privilegiado”, afirmou Moro.

Entre os citados nas planinhas estão o chefe do gabinete pessoal da presidente Dilma Rousseff, Jaques Wagner; o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e os presidentes da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros, segundo informações de órgãos de imprensa que tiveram acesso à lista antes de o sigilo ser decretado.

RC/rtr/abr

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