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Estátua de Tim Maia é instalada em praça do Rio de Janeiro

“Não tinha outro lugar mais significativo a não ser a Tijuca", disse o filho do cantor, sobre a escolha do local de instalação

19 jun 2015 - 19h53
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Quem olhar a obra vai lembrar do cantor e se sentir mais perto dele, acredita a artista plástica
Quem olhar a obra vai lembrar do cantor e se sentir mais perto dele, acredita a artista plástica
Foto: Facebook / Reprodução

Os admiradores do compositor e cantor Tim Maia têm um motivo a mais para conhecer o bairro onde ele nasceu, foi inaugurada nesta sexta-feira (19) na Praça Afonso Pena, na Tijuca, na zona norte do Rio, a escultura dele como se estivesse abraçando um fã enquanto canta. A artista plástica Christina Motta, autora da obra de 650 quilos e 1,80 metro de altura, feita em bronze, disse que a ideia de mostrar o Tim desta forma foi do filho, o ator e empresário Carmelo Maia.

“Quando encontrei o Carmelo, perguntei como ele gostaria de ter a escultura do pai. Ele disse um abraço, cantando, e fiquei com aquilo na cabeça e peguei um pouco de tudo. Ele fazia muito este movimento com a mão para falar com a orquestra. Então, peguei um pouco de tudo desses movimentos para homenagear o Carmelo também”, disse.

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Para o ator, essa era uma oportunidade de mostrar o comportamento carinhoso do pai. “O meu pai não era só um temperamento. Costumo dizer que ele era um bebê gigante. Ele era um homem carinhoso. Então, é uma forma carinhosa de poder passar quem ele era. Ele não era só aquele temperamento. O Tim Maia doidão. Não, ele era um cara super gentil, carinhoso demais”.

Christina Motta assegurou que quem olhar a obra vai lembrar do cantor e se sentir mais perto dele. A artista plástica disse que teve apenas três meses para fazer o trabalho, mas valeu a pena se envolver com a pesquisa. “Fiquei encantada com a irreverência dele, a loucura, os palpites. Infelizmente nada disso dá para ser esculpido. É mais olhar para ele e quem o conheceu vem tudo na cabeça por conta de vê-lo. Em três dimensões é diferente do que ver um filme, ver um vídeo e ouvir a voz”, ressaltou.

O local para a instalação da escultura, na Praça Afonso Pena, também foi uma sugestão de Carmelo. Na avaliação do filho de Tim, não haveria melhor lugar para que o pai pudesse voltar à origem, onde nasceu e foi criado. “Não tinha outro lugar mais significativo a não ser a Tijuca, a Praça Afonso Pena. Ele nasceu na Rua Afonso Pena, 24. Aqui é o cenário para ele voltar e ser imortalizado”, disse. “É uma forma de matar saudade e revê-lo”, acrescentou.

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A homenagem ao pai foi uma surpresa para Carmelo. “Eu estava no trânsito e me emocionei muito, chorei bastante, porque fui pego de surpresa. É uma homenagem mais do que merecida, uma forma de imortalizar e deixar todo mundo da comunidade, da população revendo-o todos os dias”.

A aposentada Julieta Cardoso, de 90 anos, conhecia a família de Tim Maia, ficou satisfeita com a homenagem ao cantor. “Gostei bem do que eu vim ver, a estátua do Tim Maia é muito bacana aqui, para a Tijuca. O conheci quando era criança, a família toda. Uma irmã dele casou com um cunhado meu. Era uma família muito boa, excelente”, lembra.

A aposentada contestou a opinião de alguns frequentadores da praça de que a instalação da escultura reduziu o espaço de apresentação de teatro infantil no local. “Acho que não. Tem espaço, nunca vi as crianças fazendo teatrinho, mas tudo bem”, disse sorrindo.

Outra moradora do bairro, Antônia Gois, de 66 anos, teme apenas que ocorram depredações a exemplo das que atingiram outras obras na cidade, como a escultura em homenagem ao poeta Carlos Drummond de Andrade, em Copacabana, na zona sul. “A minha opinião é que não vai durar um mês. A turma vai começar a quebrar e levar os pedaços”, considerou, acrescentando que é preciso mais policiamento na área, mas ponderou que a questão da falta de segurança é um problema mundial.

Christina Motta também é a autora da escultura em homenagem a Tom Jobim, instalada no Arpoador, na zona sul do Rio. Na avaliação da artista plástica, a população já se apropriou das duas obras. “Fico muito feliz de saber que as pessoas gostam tanto, mas já não são minhas. Acho que o Tim Maia e o Tom Jobim são abraçados pelo que eles eram, não é mais a escultura”, completou.

Agência Brasil Agência Brasil
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