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Caso Kiss: réus do incêndio que matou 242 depõem em RS

Integrantes da banda que se apresentava na noite da tragédia falaram à Justiça

25 nov 2015 - 19h42
(atualizado às 19h48)
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Em 27 de janeiro de 2013 um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixou 242 mortos e mais de 600 feridos
Em 27 de janeiro de 2013 um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixou 242 mortos e mais de 600 feridos
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Dois réus no caso da boate Kiss, que matou 242 pessoas em janeiro de 2013 em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, falaram pela primeira vez à Justiça nesta semana. Integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que se apresentava no momento do incêndio, foram ouvidos pelo juiz Ulysses Fonseca Louzada na última terça (24) e quarta-feira (25). Os depoimentos foram realizados em Santa Maria, no fórum da cidade.

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Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda, foi ouvido na terça-feira e pediu perdão aos familiares das vítimas da tragédia. Conforme o réu, ele nunca teve qualquer tipo de treinamento sobre o uso de artefatos como fogos de artifício (objeto que deu início ao incêndio) e reafirmou que era comum usar a pirotecnia dentro da boate e também em outros estabelecimentos da cidade. Ele reiterou que Elissandro Spohr, um dos proprietários da Kiss e que também responde pelo caso, sabia do uso dos efeitos especiais. Marcelo garante que recebeu o artefato já aceso das mãos de Luciano Bonilha Leão, que depôs nesta quarta.

Luciano, por sua vez, reforçou em seu depoimento que não era empregado fixo da banda e que não entregou o artefato ao vocalista. Ele reforçou que apenas comprava os fogos de artifício conforme orientação da banda, mas não tinha qualquer poder de escolha dentro do grupo. Segundo ele, “alguns eram estrelas, eu era a formiguinha”. Além disso, Luciano afirmou também ser uma das vítimas da tragédia, uma vez que “precisou ser retirado do local e ajudou pessoas a saírem”. Ele respondeu apenas às perguntas do juiz, se mantendo em silêncio no restante da audiência, pontuando ainda que tentou o suicídio “diversas vezes” após a tragédia.

Na semana que vem serão ouvidos os outros dois réus da tragédia, ex-sócios da boate Kiss. Elissandro Spohr falará em Santa Maria no próximo dia 1º, a pedido da defesa. Mauro Hoffmann prestará depoimento no dia 3, em Porto Alegre, onde ambos residem. Após as oitivas dos quatro réus, o juiz encaminha o processo para sua fase final, em que decidirá se a sentença será proferida pelo próprio magistrado ou se os réus irão a júri.

Para que os quatro não enfrentassem o julgamento popular, o juiz responsável pelo caso teria de desqualificar os crimes, que hoje são considerados como homicídios com dolo eventual (quando se assume o risco de matar). Caso se mantenha o agravante, todos serão julgados pelos jurados.

Caso causou comoção nacional
Caso causou comoção nacional
Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

Caso Kiss

Em 27 de janeiro de 2013 um incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, deixou 242 mortos e mais de 600 feridos. O fogo começou no revestimento acústico da casa noturna após o vocalista da banda Gurizada Fandangueira acionar um sinalizador durante o show. As chamas se propagaram e liberaram fumaça tóxica, que causou a morte por asfixia da grande maioria das vítimas. Quatro pessoas foram acusadas pela tragédia e respondem por homicídio qualificado pelo motivo torpe e emprego de fogo, asfixia ou outro meio insidioso ou cruel que possa resultar perigo comum.

Direto de RS: tragédia na Boate Kiss completa dois anos:
Fonte: Especial para Terra
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