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SPTrans quer tirar 400 linhas de ônibus até fim da gestão Haddad

Neste sábado, área conhecida como 4, a zona leste, já terá mudanças de itinerários de ônibus

25 out 2013 - 17h01
(atualizado às 22h26)
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Não querer mudar linhas é conservador, diz diretora da SPTrans:

A São Paulo Transporte (SPTrans) pretende reduzir consideravelmente o número de linhas de ônibus até o fim da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), em dezembro de 2016. A ideia é retirar 400 linhas nesse período, caindo de 1,3 mil para cerca de 900 na capital paulista. Já neste sábado, a chamada área 4, zona leste, terá 16 alterações de itinerário, 14 seccionamentos, 10 substituições, quatro linhas com número de operação alterado e uma linha criada. As outras mudanças serão realizadas de maneira gradativa.

Veja se a sua linha será alterada neste fim de semana 

De acordo com a SPTrans , aproximadamente 200 mil pessoas por dia útil utilizam a área 4 para pegar ônibus. Estima-se que 30% destes usuários tenham alguma mudança em seu trajeto após a implantação desta semana. Segundo a empresa, a reorganização nas linhas da área 4 objetiva “melhorar a operação”. Além das mudanças de itinerários, a frota das linhas estruturais será substituída por veículos “maiores e mais confortáveis, propiciando aumento na oferta de lugares”, segundo a empresa.

Ana Odila de Paiva Souza, diretora de planejamento da SPTrans, afirmou que as mudanças trarão muitos benefícios para a população paulistana, e admitiu que no início haverá alguns problemas. Porém, a principal questão levantada por ela é o fato da frequência da passagem dos ônibus pelos pontos, que irá aumentar.

“A pessoa irá esperar menos tempo no ponto. Sabemos que para poder funcionar a rede tem que ter frequência, mas isso é cultural. A pessoa usa o ônibus a vida toda e você pôs uma pedra no caminho dela, pois você está propondo uma conexão. Ele vai reagir”, disse a diretora da SPTrans

Para ela, o usuário de ônibus tem na cabeça o fato de esperar horas pela sua linha, e isso causa uma insegurança. 

“Pode até ser que essa penalização ocorra nessa transição, mas é uma outra maneira de usar ônibus. Não fazemos omelete sem quebrar ovos. Precisamos simplificar a rede para poder controlá-la. Numa cidade como São Paulo não dá para pensar que vai ter caminho direto para todo mundo. No Metrô ninguém reclama, porque tem certeza que vai passar outro trem. O problema da integração é a insegurança do usuário ao achar que ele não vai ter como pegar outro veículo ou que vai estar cheio”, explicou.

A SPTrans trabalha com base em três pilares para tentar o sucesso dessas mudanças. O primeiro deles é o espaço exclusivo, ou seja, os corredores e faixas de ônibus, que consiste em “resgatar os veículos do congestionamento”. O segundo é o chamado serviço em rede ou flexibilidade, que permite ao usuário sair de qualquer ponto da cidade e ir para qualquer outro. O terceiro deles é a gestão operacional ou atendimento do usuário.

Segundo a SPTrans, esses pontos permitirão que o usuário trabalhe com linhas mais curtas, maior frequência, melhor controle sobre as linhas, regularidade nas linhas e melhor aproveitamento operacional. Ana afirmou ainda que essa é a quinta fez que a SPTrans propõe uma reorganização de linhas e que as outras quatro ficaram “engavetadas”. Segundo ela, o grande motivo disso foi que os empresários de ônibus são contra essas mudanças.

“A mudança diminuirá o custo operacional, pois estou tirando um ônibus que está andando vazio, por exemplo. Os empresários de ônibus não gostam disso porque não interessa para eles. O cálculo final de quanto você paga por passageiro é feito com base no custo operacional. Nem o empresário gosta nem o permissionário. Eles são dois atores que lutam contra e por isso estamos há 10 anos tentando implantar”, disse a diretora.

Ana Odila falou também a respeito das manifestações que o Movimento Passe Livre (MPL) vem fazendo contra as mudanças nas linhas de ônibus. Segundo ela, manter as linhas da mesma maneira que estão desde a implantação do Bilhete Único é um modo “conservador de pensar”.

“Me estranha o MPL falar isso e protestar. É conservador não mexer nas linhas, é a situação mais fácil. Corajoso é mexer nas linhas, mas, com o tempo, as pessoas vão entender”, completou a diretora da SPTrans.

Fonte: Terra
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