Há exatamente um ano, os moradores de Itaóca, município paulista na divisa com o Paraná, enfrentavam as consequências do temporal que devastou a pequena cidade do Vale do Ribeira e deixou 27 mortos, dos quais dois permanecem desaparecidos. Atualmente, além de conviver com o trauma, os cerca de 3,2 mil moradores ainda têm que lidar com a destruição deixada pelo temporal.
Foram mais de 200 milímetros de chuvas em menos de cinco horas, informou a Defesa Civil Estadual na época. Um emaranhado de galhos de árvores ficou retido na ponte principal do município, o que mudou o curso do Rio Palmital e provocou a inundação. De acordo com a prefeitura de Itaóca, parte das pontes, estradas e moradias ainda não foi restaurada ou reconstruída.
“O governo federal liberou recursos para a limpeza da cidade; então todo aquele entulho, madeira e lama, foram removidos. Mas a parte de reconstrução do município, ficou a desejar”, explicou Erli Rodrigues Fortes, secretário de Agropecuária do município. Fortes informou que foram utilizados R$ 1,9 dos R$ 2,6 milhões disponibilizados pelo Ministério da Integração Nacional.
“O restante, vamos devolver. Conseguimos contratar as máquinas por um menor preço. Esse dinheiro era só para limpeza”, justificou o secretário. Ele disse que o município entregou um plano de reconstrução para aquele ministério em fevereiro do ano passado, mas os recursos ainda não foram liberados. “Lá está prevista reconstrução de pontes e calçamento. Havia também medidas de prevenção, mas já disseram que isso não pode entrar”, explicou.
Morador mostra destruição provocada por enchente em Itaóca (SP) :
Ao todo, dez pontes foram destruídas pela tromba d'água, deixando comunidades ilhadas nos dias que se seguiram ao desastre. As pontes foram refeitas de forma provisória e, segundo a prefeitura, continuam dessa forma. No bairro do Lajeado, por exemplo, os próprios moradores refizeram o caminho para atravessar o rio com os pedaços de árvores que foram derrubadas pela chuva. A destruição do calçamento é o que mais atrapalha quem mora no bairro Vila Ribas. Localizado na margem direita do rio, próximo à ponte principal, algumas ruas continuam intransitáveis. Também permanecem complicados alguns trechos da estrada entre Apiaí, cidade vizinha, e Itaoca.
As moradias e a reconstrução da ponte principal ficaram a cargo do governo estadual, conforme anúncio feito pelo governador Geraldo Alckmin na época da enxurrada. “Foram prometidas 90 casas. O município desapropriou um terreno e entregou à CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano), mas até o momento não foram iniciadas as obras”, informou Fortes. A ponte, de acordo com ele, foi a única obra iniciada depois da tragédia. O canteiro de obras foi feito em junho. “A previsão de conclusão é março”, informou o secretário.
O medo de que a tragédia se repita está presente entre os moradores de Itaóca. “Basta uma chuva que as pessoas ficam nervosas. Estão traumatizadas. Teve gente perdendo a família inteira. Graças a Deus, não perdi ninguém”, relembrou o comerciante Vandir Martins. Embora nenhum de seus parentes tenha morrido, a mercearia que ele mantinha na rua principal da cidade foi completamente destruída. “A água subiu dois metros. Perdi pelo menos 80% do que tinha aqui. Uma parte da estrutura (do prédio) caiu”, relatou. Ele calcula um prejuízo de pelo menos R$ 500 mil. Para reconstruir o comércio, precisou fazer empréstimos. A prefeitura calcula um prejuízo total no município em torno de R$ 23 milhões.
A Agência Brasil procurou o Ministério da Integração Nacional e a CDHU, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
A cidade de Itaóca foi devastada pelo temporal que atingiu o Estado entre domingo e segunda-feira
Foto: Divulgação
O governador Geraldo Alckmin participou da vistoria na cidade na segunda-feira
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Pelo menos 100 casas de Itaóca precisaram ser desocupadas
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Nesta terça, o governador acompanhará os trabalhos de desobstrução do rio Palmital
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A força da água destruiu a parede deste estabelecimento comercial
Foto: Ivan Edson/Rádio Itaóca / Divulgação
Ruas ficaram cheias de lama após as fortes chuvas
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Mais de 100 casas tiveram que ser desocupadas
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Rua no centro da cidade de Itaóca
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Chuva castiga cidade de Itaóca, no Vale do Ribeiras, em São Paulo
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A água do rio Palmital sumiu mais de um metro em algumas ruas
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Moradores tentam trafegar pelas ruas cheias de lama
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Casa cheia de lama na cidade de Itaóca
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Chuva castiga cidade de Itaóca, no Vale do Ribeiras, em São Paulo
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Chuva castiga cidade de Itaóca, no Vale do Ribeiras, em São Paulo
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Mais uma das ruas interditadas em Itaóca
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Chuva castiga cidade de Itaóca, no Vale do Ribeira, em São Paulo
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Mais um estabelecimento invadido pela água do rio
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Esta mercearia também ficou bastante danificada após o temporal
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Moradores vagam pelas ruas da cidade atingida
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Muros foram derrubados após a chuva de domingo
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A força da água levantou um carro que estava na garagem
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Muitas árvores foram derrubadas e arrastadas pelo rio
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Árvore caiu e destruiu telhado de casa em Itaóca
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Carro atolado na lama deixada pela água
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Chuva castiga cidade de Itaóca, no Vale do Ribeira, em São Paulo
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Chuva castiga cidade de Itaóca, no Vale do Ribeira, em São Paulo
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Chuva castiga cidade de Itaóca, no Vale do Ribeira, em São Paulo
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Chuva castiga cidade de Itaóca, no Vale do Ribeiras, em São Paulo
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Carro danificado após o tempora, em Itaóca
Foto: Ivan Edson/Rádio Itaóca / Divulgação
Carro danificado após o tempora, em Itaóca
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Força da água danificou muitos estabelecimentos
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Casas foram alagadas em Itaóca
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Móveis foram danificados definitivamente por causa da chuva
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Estabelecimento comercial completamente destruído pela chuva
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O cartório de Itaóca também foi invadido pela água do rio
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Um carro quase caiu dentro do rio após o temporal
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A cidade de Itaóca foi devastada pelo temporal que atingiu o Estado entre domingo e segunda-feira
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O acesso ao bairro está complicado, porque a rua foi destruída pela força da água. Emaranhados imensos de troncos de árvores e lama bloqueiam a estrada que leva ao vilarejo
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Entre os desaparecidos, o número também é alto, 10 dos 15 são dessa área
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Das 13 mortes já confirmadas, 10 são de moradores da comunidade
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A aproximadamente 3 quilômetros do centro de Itaóca, o bairro do Guarda Mão foi o mais afetado pela enxurrada do último domingo
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As inundações provocadas pelas chuvas afetaram cerca de 100 imóveis, o que obrigou 332 pessoas, de 83 famílias, a se deslocarem segundo o comunicado de Defesa Civil
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De acordo com a Defesa Civil, foram identificados 11 dos 13 corpos achados, dos quais nove são do sexo feminino e duas no masculino
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Desde o começo da semana, várias equipes de Defesa Civil, da polícia e dos bombeiros estão na cidade para auxiliar os afetados e para buscar os desaparecidos, que podem chegar a uma dezena
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O número de vítimas das chuvas que atingiram domingo e segunda-feira a cidade de Itaóca, no interior de São Paulo, subiu nesta quarta-feira para 13