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Cidades

SP: em meio a protestos, grupo pede volta de militares ao poder

Com faixas, grupo de mascarados pedia a saída da presidente Dilma Rousseff e o retorno dos militares ao governo do País

26 jun 2013 - 20h31
(atualizado às 20h43)
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<p>Manifestantes pedem o retorno dos militares ao poder em protesto na avenida Paulista, em São Paulo</p>
Manifestantes pedem o retorno dos militares ao poder em protesto na avenida Paulista, em São Paulo
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press

Em meio aos protestos motivados por diversas razões, nesta quarta-feira, em São Paulo, um grupo concentrado no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, por volta das 17h40, levou faixas pedindo a saída da presidente Dilma Rousseff da presidência, e desejando o retorno dos militares ao poder. “Queremos os militares novamente no poder”, dizia uma das faixas carregadas por um grupo de mascarados, que também traziam frases como "PT nunca mais".

De acordo com a Polícia Militar, grupos distintos realizaram protestos nesta quarta-feira na capital paulista. Uma das manifestações é contrária ao Ato Médico, outra ao projeto apelidado de “cura-gay” e outra pedia a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o transporte público na cidade. Até as 20h, apenas o último havia se encerrado.

Segundo a Companhia de Engenharia de Trânsito (CET) de São Paulo, o grupo que protesta contra o Ato Médico se concentrou por volta das 17h na praça Roosevelt, no centro da capital paulista. Eles saíram em passeata pela rua da Consolação por volta das 18h15, e o trânsito no sentido centro ficou interditado a partir da altura da rua Dona Antônia de Queirós. 

O grupo retornou no sentido contrário, ocupou a rua Haddock Lobo por volta das 19h10 e, às 20h10, se encontrava na rua Pamplona, próximo à avenida Paulista. Há bloqueio no trânsito no local, mas a via não foi interditada. 

<p>Manifestantes pedem a saída da presidente Dilma Rousseff em protesto na avenida Paulista, em São Paulo</p>
Manifestantes pedem a saída da presidente Dilma Rousseff em protesto na avenida Paulista, em São Paulo
Foto: J. Duran Machfee / Futura Press

Outra manifestação, contrária ao projeto chamado de cura-gay e ao presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara dos Deputados, Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), se concentrou no Masp e partiu em caminhada pela avenida Paulista. O trânsito ficou totalmente interditado no sentido Paraíso, mas, às 20h20 já estava liberado. A CET não informou por quanto tempo a via ficou fechada. 

O grupo desceu a avenida Brigadeiro Luís Antônio e se encaminhou a sede do PSC, partido de Feliciano. A faixa da direita da via, sentido bairro, foi ocupada pelos manifestantes, assim como duas faixas do sentido centro. Apesar do bloqueio, o tráfego de veículos não foi interrompido. 

Segundo a PM, os manifestantes tinham a intenção de iniciar a passeata até a sede do PSC às 20h. Às 18h50, porém, o grupo iniciou a caminhada até o local. 

A Polícia Militar ainda não tem a estimativa oficial de quantos manifestantes fazem parte dos protestos. Em uma estimativa parcial, a PM afirmou que 300 pessoas, somados todos os protestos, foram às ruas de São Paulo hoje. 

Cenas de guerra nos protestos em SP
A cidade de São Paulo enfrenta protestos contra o aumento na tarifa do transporte público desde o dia 6 de junho. Manifestantes e policiais entraram em confronto em diferentes ocasiões e ruas do centro se transformaram em cenários de guerra.

Durante os atos, portas de agências bancárias e estabelecimentos comerciais foram quebrados, ônibus, prédios, muros e monumentos pichados e lixeiras incendiadas. Os manifestantes alegam que reagem à repressão da polícia, que age de maneira truculenta para tentar conter ou dispersar os protestos.

Veja a cronologia e mais detalhes sobre os protestos em SP

Mais de 250 pessoas foram presas durante as manifestações, muitas sob acusação de depredação de patrimônio público e formação de quadrilha. A mobilização ganhou força a partir do dia 13 de junho, quando o protesto foi marcado pela repressão opressiva. Bombas de gás lacrimogêneo lançadas pela Polícia Militar na rua da Consolação deram início a uma sequência de atos violentos por parte das forças de segurança, que se espalharam pelo centro.

O cenário foi de caos: manifestantes e pessoas pegas de surpresa pelo protesto correndo para todos os lados tentando se proteger; motoristas e passageiros de ônibus inalando gás de pimenta sem ter como fugir em meio ao trânsito; e vários jornalistas, que cobriam o protesto, detidos, ameaçados ou agredidos.

As agressões da polícia repercutiram negativamente na imprensa e também nas redes sociais. Vítimas e testemunhas da ação violenta divulgaram relatos, fotografias e vídeos na internet. A mobilização ultrapassou as fronteiras do País e ganhou as ruas de várias cidades do mundo. Dezenas de manifestações foram organizadas em outros países em apoio aos protestos em São Paulo e repúdio à ação violenta da Polícia Militar. Eventos foram marcados pelas redes sociais em quase 30 cidades da Europa, Estados Unidos e América Latina.

As passagens de ônibus, metrô e trem da cidade de São Paulo passaram a custar R$ 3,20 no dia 2 de junho. A tarifa anterior, de R$ 3, vigorava desde janeiro de 2011. Segundo a administração paulista, caso fosse feito o reajuste com base na inflação acumulada no período, aferido pelo IPC/Fipe, o valor chegaria a R$ 3,40. No dia 19 de junho, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Fernando Haddad (PT) anunciaram a redução dos preços das passagens de ônibus, metrô e trens metropolitanos para R$ 3. O preço da integração também retornou para o valor de R$ 4,65 depois de ter sido reajustado para R$ 5.

Na terça-feira (25), em sessão ordinária na Câmara, a base governista conseguiu adiar a votação para a criação da CPI. Já na manhã desta quarta-feira, Haddad anunciou o cancelamento da licitação com as empresas de ônibus. Segundo ele, a ideia é criar um conselho de transporte para abrir as planilhas com os gastos do transporte antes de assinar o contrato com as viações.

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Fonte: Terra
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