O que é o sistema Cantareira? A queda no nível das águas está se acelerando? Quais são as perspectivas de chuva nos próximos meses e o que o governo tem feito para administrar o problema? Como o cidadão pode ajudar? Confira A crise no sistema Cantareira Dia após dia, as notícias sobre novos recordes de baixa no volume das águas do Sistema Cantareira anunciam o agravamento de uma das piores crises de abastecimento da história do Estado de São Paulo. Mas o que é o sistema Cantareira? A queda no nível das águas está se acelerando? Quais são as perspectivas de chuva nos próximos meses e o que o governo tem feito para administrar o problema? Como o cidadão pode ajudar? O Terra ouviu especialistas e reuniu informações, que serão atualizadas semanalmente, para responder a essas e outras perguntas. Confira! Hoje, o nível do sistema Cantareira é de 14% O que é o Sistema Cantareira O Sistema Cantareira é um dos maiores sistemas produtores de água do mundo. As seis represas que o compõem estão interligadas em diferentes níveis por 48 quilômetros de túneis criados com o objetivo de aproveitar os desníveis e a consequente acumulação da água por gravidade. Capacidade 990 milhões de metros cúbicos de água (990 bilhões de litros) (INCLUI OS 400 MILHÕES DE M³ DO VOLUME MORTO?) População atendida 9,86 milhões, sendo 1,41 milhão não operados pela Sabesp Cidades atendidas São Paulo, Barueri, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guarulhos, Itapevi, Jandira, Osasco, Santana do Parnaíba e São Caetano do Sul Represas que o compõem Jaguari/Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro, Águas Claras, Guaraú Os números da crise O Sistema Cantareira nos últimos 10 dias Em pouco mais de uma semana, sistema perdeu 0,9 ponto percentual de sua capacidade total 27.03 14,0% 26.03 14,1% 25.03 14,3% 24.03 14,5% 23.03 14,6% 22.03 14,6% 21.03 14,5% 20.03 14,6% 19.03 14,7% 18.03 14,9% O Sistema Cantareira no último ano* Nos últimos quatro meses, média mensal de queda no volume total é de 5 pontos percentuais Mar. 2014 16,6% Fev. 2014 21,9% Jan. 2014 27,2% Dez. 2013 31,7% Nov. 2013 36,6% Out. 2013 40,2% Set. 2013 47,1% Ago. 2013 53,2% Jul. 2013 56,5% Jun. 2013 59,2% Mai. 2013 62,8% Abr. 2013 61,9% Mar. 2013 57,0% *Medida do primeiro dia de cada mês O que choveu e o que devia ter chovido Entre novembro de 2013 e fevereiro de 2014, choveu 36.3% do esperado MÊS O QUE CHOVEU O QUE DEVIA TER CHOVIDO* Nov. 2013 97,0 mm 163,8mm Dez. 2013 62,9 mm 226,8 mm Jan.2014 87,8 mm 259,9 mm Fev. 2014 63,2 mm 206,5 mm *Média histórica Futuro incerto Segundo a Climatempo, é esperado chuva abaixo do normal para os próximos cinco meses, período considerado de seca em São Paulo. De acordo com a instituição, chovendo ou não a média, ou até mesmo acima da média, não há previsão de melhora para o sistema Cantareira. Para os especialistas, o período de “chuva boa” já passou, que vai de dezembro a fevereiro. No mês de março choveu a média normal, porém, essa chuva só faz diferença se cair num período úmido. Os meses que virão MÊS PREVISÃO MÉDIA HISTÓRICA Abr. 2014 50,0 mm 77,0mm Mai. 2014 17,5 mm* 66,0 mm Jun. 2014 60,0 mm 52,0 mm Jul. 2014 60,0 mm 40,0 mm Ago. 2014 15,0 mm 74,0 mm *Média As medidas do governo 1 de fevereiro Sabesp promete desconto de 30% na conta de água do cliente da Grande São Paulo que reduzir em pelo menos 20% o consumo médio mensal quando comparado à média mensal calculada entre os meses de fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. 10 de março A Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) reduzem a vazão máxima de captação de água do Cantareira de 31 para 27,9 m³/s. 11 de março Sabesp reverte a distribuição de 1,6 milhão de pessoas do Sistema Cantareira para o Sistema Guarapiranga. Cinco dias antes, operação parecida foi anunciada para 1 milhão de pessoas que tiveram fornecimento revertido para o Alto Tietê. 17 de março de 2014 Ao custo de R$ 80 milhões, começam as obras nas represas de Nazaré Paulista e Joanópolis para captar o chamado "volume morto", reserva de 400 milhões de m³ de água localizados abaixo do nível das atuais comportas.* 18 de março de 2014 O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin pede autorização do Governo Federal para desviar água do rio Paraíba do Sul para o sistema Cantareira em obra que deve custar R$ 500 milhões e levar dois anos pra ficar pronta. O pedido encontra resistência do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. 17 bombas serão usadas para mandar água das do volume morto para o sistema Cantareira. Segundo o governo do Estado, se necessário, no inverno, serão usados 196 milhões dos 400 milhões de metros cúbicos do volume morto. mais especiais de notícias