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MP-SP pede quebra de sigilo bancário e fiscal de 2 auditores da prefeitura

19 nov 2013 - 18h55
(atualizado às 19h03)
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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), através do promotor de Justiça Roberto Bodini, pedirá a quebra do sigilo fiscal e bancário de outros dois auditores fiscais da prefeitura da capital paulista. Fabio Remesso e Amílcar Cançado estão entre os investigados no esquema de desvio de R$ 500 milhões no recolhimento do Imposto sobre Serviços (ISS) dentro da administração municipal. 

De acordo com o auditor Luís Alexandre Magalhães, que fez acordo de delação premiada com o MP e está envolvido no escândalo, Cançado seria o “criador” do esquema. Magalhães foi detido junto com outros três auditores - Ronílson Bezerra Rodrigues, Eduardo Horle Barcellos e Carlos di Lallo - no último dia 30.

Bodini disse que irá encaminhar o pedido de quebra ao juiz na quinta-feira. “São situações que posso divulgar, pois são dados consolidados. A divulgação não prejudica, pois são dados que já foram feitos. Existem algumas coisas que a publicidade pode prejudicar”, explicou o promotor.

O promotor disse ainda que pretende ouvir Marco Aurélio Garcia, irmão de Rodrigo Garcia, secretário na administração Gilberto Kassab (PSD). De acordo com depoimentos dos auditores, Marco Aurélio cedeu uma sala gratuitamente a Ronilson para que ele abrisse o próprio negócio. Segundo Bodini, há indícios de lavagem de dinheiro.

“Precisamos esclarecer a real situação do empréstimo desse escritório. Ele diz que cedeu gratuitamente para que o Ronilson fizesse uma base para um futuro pet-shop, venda de comida pela internet. Essa história não cola”, disse Bodini. “Depois tem a notícia de uma transação do Ronilson com o Marco Aurélio Garcia de R$ 1 milhão e aquisição de flats e contrato de gaveta na Bela Cintra. Isso, em tese, tem as características de uma manobra de lavagem de dinheiro”, completou.

Bodini afirmou ainda que pretende ouvir as mulheres dos servidores investigados. Segundo o promotor, no caso de Ronilson e de Di Lallo, elas tinham sociedade com os auditores.

“O Ronilson era sócio de uma empresa juntamente com a esposa e a filha e a sede era em sua residência. Ele não tem ideia de quanto faturava a empresa, quais os clientes. Isso é no mínimo estranho. Preciso ouvir a esposa para ver como funcionava isso. Em relação ao Di Lallo, a mesma coisa. A esposa era sócia em dois empreendimentos. Se for comprovado, elas serão indiciadas por lavagem de dinheiro, assim como as filhas, que também eram sócias”, disse.

Bodini explicou que diversos nomes estão surgindo durante os depoimentos e investigações, mas é preciso manter o foco. Para isso, nos próximos dias, ele irá analisar os depoimentos e encaminhar outros fatos para que se abram novas investigações.

“São situações que dependem e demandam, mas eu não quero fazer no meu procedimento. Quero pegar todas as menções e instaurar uma nova investigação para cada um desses fatos. Eu não tenho pauta e recurso material e humano para tocar tudo isso de uma vez só. Preciso ouvir as empresas, as esposas dos investigados, disparar essas investigações; e, para que eu possa conseguir dar razão a essas notícias graves e que serão investigadas, não posso canalizar em um procedimento só, isso não terá fim”, disse. 

Fonte: Terra
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