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Cidades

Fotógrafo atingido em protesto em SP deixa o hospital

Sérgio Silva foi atingido no rosto, e corre o risco de perder a visão do olho esquerdo

15 jun 2013 - 16h26
(atualizado às 16h34)
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O fotógrafo Sérgio Silva, da agência Futura Press, que foi atingido no olho esquerdo por um tiro de bala de borracha disparado pela Polícia Militar durante o protesto de quinta-feira em São Paulo, recebeu alta neste sábado. Segundo o H. Olhos (Hospital de Olhos Paulista), ele deixou a unidade por volta das 13h.

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O Terra tentou contato com a assessoria de imprensa do hospital para saber detalhes sobre o boletim médico do fotógrafo, mas não foi atendido até o momento da publicação desta matéria.

Fotógrafo pode perder a visão

Segundo a mulher de Sergio, a jornalista Kátia Passos, "o caso dele é bastante grave". "Os médicos acham que, mesmo se fizesse agora uma cirurgia, pode até piorar a pequena acuidade visual que ele ainda tem. Mas a chance de ele recuperar (a visão) é mínima", disse ela.

O boletim médico do fotógrafo divulgado na sexta-feira diz que ele sofreu "lesões oculares e fratura de órbita". 

Kátia lamentou o fato de que Sérgio pode não ter condições de voltar a trabalhar como fotógrafo. "Provavelmente não haverá condição de retornar (ao trabalho como fotógrafo). Pelo menos eu não conheço nenhum fotógrafo que consiga fotografar com um olho só", disse ela.

Mais agressões

O repórter do Terra Vagner Magalhães também levou um golpe de cacetete de um policial militar enquanto cobria o protesto. O jornalista foi agredido no braço, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Manifestantes se juntaram no local depois que o protesto e os confrontos com a polícia se amenizaram. Policiais passaram pelo local e foram ironicamente aplaudidos pelo grupo. Diante da provocação, os PMs partiram para cima dos manifestantes.

Próximo da confusão, Vagner alertou os policiais que é repórter e que estava trabalhando no local, mas foi agredido. Os PMs ainda lançaram bombas sobre um grupo de jornalistas que partiu em sua ajuda.

O fotógrafo do Terra Fernando Borges foi detido enquanto cobria a manifestação, ainda nesta tarde. Ele portava crachá de imprensa, equipamento fotográfico de trabalho e se apresentou como jornalista, mas foi levado pelos policiais. Ele passou 40 minutos detido junto com outros manifestantes, de frente para a parede, com as mãos nas costas e a cabeça baixa, mas já foi liberado.

Os policiais revistaram os pertences e documentos dos detidos, e só liberaram o fotógrafo alegando que ele "não portava vinagre", que é usado como "antídoto caseiro” contra os efeitos da bomba de gás lacrimogêneo. Alguns profissionais de imprensa utilizam o produto para conseguir trabalhar registrando as imagens do protesto.

A repórter do Terra Marina Novaes tentou fugir das bombas lançadas pela polícia e se refugiou na garagem de um prédio próximo à praça Roosevelt, junto de um grupo de outras pessoas. A polícia isolou a área e levou o grupo para o camburão. Retida, ela só foi dispensada depois que se apresentou como jornalista. 

O repórter do jornal Metro, Henrique Beirange, foi atingido por um jato de spray de pimenta, enquanto cobria a manifestação. "Jogaram spray de pimenta de forma aleatória contra os jornalistas. Isso é um absurdo. A gente está aqui trabalhando", protestou. 

O jornal Folha de S.Paulo anunciou que sete repórteres da empresa foram agredidos, sendo que dois levaram tiros de balas de borracha no rosto, durante o protesto. Segundo o veículo, os jornalistas atingidos com tiros são Giuliana Vallone e Fábio Braga.

Uma imagem que seria da repórter com o olho inchado após o tiro circula nas redes sociais. O jornal também cita uma testemunha que teria visto um policial "mirar e atirar covardemente" na repórter. Segundo a Folha, o fotógrafo Fábio Braga foi atingido por dois disparos.

O fotógrafo Filipe Araújo, do jornal O Estado de S. Paulo, foi  atropelado por um carro da polícia enquanto registrava o protesto. De acordo com a publicação, por volta das 23h30, Araújo estava com um grupo de manifestantes que ainda seguia pela avenida Paulista, no sentido da rua da Consolação, e que começaram a queimar lixeiras na via. 

A Força Tática da Polícia Militar então partiu para cima dos manifestantes. Araújo fazia fotos da ação policial, quando uma viatura teria sido jogada em sua direção.  “O motorista de outra viatura que estava em outra faixa da rua me viu e virou o carro na minha direção. Ele viu que eu era fotógrafo, mas veio criminosamente para cima de mim. Eu virei de costas, tentei ir para a calçada, mas fui pego. Estava com um capacete de skate, mas machuquei a cabeça. Machuquei as costas, pernas, cotovelo, me ralei todo”, declarou o fotógrafo à publicação.

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Fonte: Terra
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