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Faria Lima? Veja a origem do nome de 5 avenidas de São Paulo

Até presidente italiano foi homenageado com nome de rua na capital paulista

22 jan 2015 - 12h00
(atualizado em 23/1/2015 às 07h59)
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<p>Vista aérea da avenida Faria Lima; a foto foi tirada entre 1968 e 1970</p>
Vista aérea da avenida Faria Lima; a foto foi tirada entre 1968 e 1970
Foto: Max Rosenfeld / AHMWL
Quem circula pelas ruas paulistanas tem coisa demais com que se preocupar. O trânsito é um inferno para motoristas e pedestres, a violência sempre ronda e a poluição quase nos impede de raciocinar. Assim, poucos param para pensar na origem dos nomes das principais vias da cidade. O Terra explica de onde vieram os nomes de cinco grandes artérias da cidade. Confira.

Avenida Brigadeiro Faria Lima

José Vicente de Faria Lima nasceu em Vila Isabel, Rio de Janeiro, em 1909. Com 21 anos de idade iniciou sua carreira na Força Aérea Brasileira (FAB), chegando em 1958 a brigadeiro do ar. Foi chefe da comissão da Aeronáutica nos EUA e comandante do Campo de Marte. Convocado por Jânio Quadros, assumiu a presidência da VASP. Em março de 1965, se tornou prefeito de São Paulo. A administração de Faria Lima notabilizou-se pela construção de diversas obras viárias, entre elas as Marginais Tietê e Pinheiros, avenida Sumaré, Radial Leste, avenida 23 de Maio, avenida Rubem Berta e a avenida que leva o seu nome - originalmente, ela se chamaria Radial Oeste. Faria Lima também foi quem deu início às obras do metrô. Uma crítica frequente a sua administração é que não havia preocupação com a área ambiental. Várias de suas avenidas aterraram rios, agravando futuramente os problemas de enchentes em São Paulo. Ele faleceu no dia 4 de setembro de 1969.

<p>Obras para abertura da avenida Nove de Julho, em 1935, vista do viaduto do Chá; em primeiro plano, o largo do Riachuelo</p>
Obras para abertura da avenida Nove de Julho, em 1935, vista do viaduto do Chá; em primeiro plano, o largo do Riachuelo
Foto: Ivo Justino / Acervo Fotográfico do Museu da Cidade de São Paulo
Nove de Julho

O nome é uma homenagem à Revolução Constitucionalista de 1932. No dia nove de julho daquele ano, começou o conflito entre as forças paulistas e o governo provisório de Getúlio Vargas, que havia imposto normas que diminuíram a participação política de diversos Estados por meio, por exemplo, da anulação da Constituição Federal de 1892 e da deposição de diversos governadores estaduais. O movimento paulista pela reivindicação de poder contou com diferentes segmentos da sociedade que auxiliaram na organização e confronto armado que se desenvolveu, mas acabou derrotado pelas tropas federais.

Avenida Giovanni Gronchi

Presidente da Itália entre 1955 e 1962, Giovanni Gronchi nasceu em Pontedera, Pisa, lutou, como voluntário, na Primeira Guerra Mundial e em 1922 participou, como subsecretário da Indústria e Comércio, do primeiro gabinete formado pelo fascista Benito Mussolini. Em 1926, porém, renunciou ao cargo com outros 123 deputados e denunciou a ditadura imposta por Mussolini. Em 1942, aliou-se ao clandestino Movimento Antifascista e acabou se tornando Ministro do Comércio e Indústria, no governo do primeiro ministro Ivanoe Bonomi, favorável aos aliados durante a Segunda Guerra Mundial.

Terminado o conflito, Giovanni Gronchi emergiu como um dos líderes do Partido Democrata Cristão. Ele foi designado membro da Assembleia Constituinte que elaborou as bases da nova República, sendo eleito Presidente da Câmara dos Deputados em 1948. Gronchi venceu as eleições presidenciais de 1955 com o apoio de grupos dissidentes de direita e de esquerda do Partido Decmocrata Cristão, dos comunistas, dos socialistas, dos monarquistas e dos neo-fascistas.

Sua eleição foi motivo de preocupação para os EUA, que temiam a posição esquerdista do novo presidente. Giovanni Gronchi visitou o São Paulo em 1958. A lei que deu seu nome à avenida foi decretada e promulgada pela Câmara Municipal no ano de 1963, época em que Giovanni Gronchi ainda estava vivo, mesmo com a proibição (que vigora até hoje em São Paulo) de se dar nomes de pessoas vivas as ruas. A mesma lei determinava que as placas da avenida deveriam conter os seguintes dizeres: "Avenida Giovanni Gronchi - Presidente da República da Itália - visitou São Paulo em 1958".

<p>Avenida São João durante as obras de prolongamento, vista em direção ao bairro, na altura da praça Julio Mesquita, em 1929</p><p> </p>
Avenida São João durante as obras de prolongamento, vista em direção ao bairro, na altura da praça Julio Mesquita, em 1929
Foto: PMSP/AHSP
Avenida São João

O nome é uma homenagem a São João Batista, considerado o protetor das águas na tradição católica.No final do século XVIII e início do século XIX, as encostas do Vale do Anhangabaú, onde está a avenida, compunham uma região de matas onde se escondiam assaltantes e escravos fugidos. O caminho mais seguro para atravessar essa terras era uma trilha já aberta e conhecida como ladeira da Ponte do Acú. Por isso, as procissões em homenagem a são João Batista tinham como roteiro certo a passagem por essa ladeira. Assim, aos poucos, a ladeira passou a ser conhecida como ladeira de São João Batista. Mais tarde, ela se transformou em rua e, depois, em avenida São João.

Avenida Ragueb Chohfi

Ragueb Chohfi nasceu na Síria, chegou ao Brasil em 1904, vindo de Homs, com 14 anos de idade. Mascate durante 18 anos, abriu uma pequena loja na rua 25 de Março em 1922. Destacou-se como um dos maiores comerciantes do ramo quando sua Tecidos Ragueb Chohfi virou potência na mesma rua. Com a crise de 1929, perdeu quase tudo, mas conseguiu reerguer-se. Em 1955, passou o comando dos negócios aos filhos Lourenço, Raul e Nagib. Foi ainda presidente da Câmara de Comércio Sírio-Brasileira, um dos fundadores do Club Homs, do Esporte Clube Sírio e conselheiro do Lar Beneficente Sírio. Faleceu 1983 aos 91 anos.

Com informações da Prefeitura de São Paulo

Fonte: Terra
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