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Cortado de Parada Gay por tatuagens, DJ nega vínculo com nazismo

DJ tocaria na Parada Gay de Santo André, mas foi cortado do evento. Caso foi encaminhado à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância

4 jun 2013 - 16h43
(atualizado às 16h56)
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Fotos disponibilizadas no site de Enrico Tank mostram as tatuagens que teriam relação com o nazismo. DJ nega
Fotos disponibilizadas no site de Enrico Tank mostram as tatuagens que teriam relação com o nazismo. DJ nega
Foto: Reprodução

O DJ Enrico Valveson Jorge, conhecido como DJ Enrico Tank, que tocou no último domingo na 17ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais), na avenida Paulista, em São Paulo, foi cortado da parada que será realizada no próximo dia 23 em Santo André, no ABC paulista, por conta de tatuagens supostamente relacionadas ao nazismo e ao fascismo. 

Denunciado por um grupo de skinheads anti-intolerância denominado Rash-SP, Enrico possui ao menos 12 tatuagens que, de acordo com o grupo, têm ligação com movimentos neonazistas e fascistas. 

Símbolos como a bandeira confederada americana - utilizada por grupos racistas do sul dos Estados Unidos -, a Cruz Celta, uma cruz de ferro, marcas de bandas ligadas a movimentos neonazistas e a imagem do ditador fascista italiano Benito Mussolini podem ser vistas em imagens disponibilizadas pelo grupo e até mesmo no site do DJ. 

Após saber das tatuagens do DJ, a organização da Parada Gay de Santo André decidiu cortar Enrico do evento, por entender que a polêmica pode trazer prejuízos à parada. Segundo Marcelo Gil, da ONG ABCD''S (Ação Brotar pela Cidadania e Diversidade Sexual), que organiza a parada na cidade, o DJ tocaria voluntariamente e possui histórico por participar de festas voltadas ao público gay. 

Segundo ele, o caso foi encaminhado para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e para a Secretaria da Justiça. “Tiramos de nossa página e dos nossos materiais de divulgação o nome dele”, afirmou. De acordo com Marcelo, a atitude foi tomada para resguardar tanto a parada quanto Enrico. 

Em nota, o DJ negou que as tatuagens tenham cunho nazista ou fascista, e afirmou que o artigo que o acusa “é ofensivo, falso e preconceituoso”. “As afirmações postadas no referido blog são inverídicas, pois além de não citar nenhuma fonte de informação acerca dos significados das tatuagens, apenas limitam-se a apresentar versões próprias e distorcidas dos fatos”, afirmou Enrico. 

Segundo sua assessoria, o DJ posou nu para a publicação G Magazine, direcionada ao público LGBT, em 2002. “Se realmente fossem verídicas as acusações fantasiosas contra a sua pessoa, o DJ jamais teria aceito o convite da revista, ainda mais para expor-se despido”, alega. 

Na mesma nota, o DJ esclarece as tatuagens e afirma que muitos dos símbolos foram feitos por conta de seu gosto pela “temática de guerra”. Segundo ele,  a face de um soldado, que se assemelha ao ditador fascista italiano “não é a do ditador italiano Mussolini, e sim a de um combatente desconhecido”. 

Segundo sua assessoria, a tatuagem da bandeira confederada foi feita por conta da paixão do DJ pelo estilo musical country rock, a Cruz Celta representa o contato e identificação dele com o povo celta, e a cruz de ferro “significa condecoração aos heróis de guerra, não possuindo nenhum significado nazista”, entre outras explicações para as 12 tatuagens destacadas pelo grupo anti-intolerância. 

A organização da Parada Gay em São Paulo afirmou desconhecer o DJ e que o carro em que ele tocou no domingo, o sétimo dos 17 que trouxeram apresentações, era de responsabilidade de Marcelo Gil, que organiza a parada em Santo André. Ainda não há uma definição sobre o assunto. Uma reunião está agendada para amanhã e este deve ser um dos temas a ser discutido. 

Fonte: Terra
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