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BA: cerca de 10 mil fecham rodovia em protesto em Vitória da Conquista

20 jun 2013 - 01h07
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Os alvos principais da manifestação foram a corrupção, gastos públicos nas copas do Mundo e das Confederações, melhorias na educação, transporte, saúde, segurança e respeito à diversidade sexual
Os alvos principais da manifestação foram a corrupção, gastos públicos nas copas do Mundo e das Confederações, melhorias na educação, transporte, saúde, segurança e respeito à diversidade sexual
Foto: Mário Bittencourt / Especial para Terra

Aderindo aos manifestos que ocorrem em diversas cidades do Brasil, cerca de 10 mil pessoas, segundo dados da Polícia Militar, fecharam por quatro horas a BR-116, em Vitória da Conquista (BA), nesta quarta-feira. Os alvos principais da manifestação foram a corrupção, gastos públicos nas copas do Mundo e das Confederações, melhorias na educação, transporte, saúde, segurança e respeito à diversidade sexual.

Em sua maioria estudantes, os manifestantes protestaram contra os gastos das duas copas com a frase “quando seu filho adoecer, o leve para o estádio”. Também com esta: “Pronto! Agora já temos estádios de primeiro mundo, só falta construir um país (de primeiro mundo) ao redor”. A manifestação percorreu diversas ruas centrais da cidade e foi pacífica.

No meio dos manifestantes estava o sargento da reserva da Polícia Militar, Gilmar Mendes, 52, que saiu de Cândido Sales (86 km de Vitória da Conquista) para participar do protesto. Mendes vestia camisa com foto da esposa Marizete Viana, que, segundo ele, morreu em 2011 aos 37 anos por demora no atendimento num hospital de Cândido Sales. “Eu protesto por melhoria na saúde”, disse.

Alguns comerciantes, com medo de baderna, resolveram fechar as portas mais cedo. “Não sou contra a manifestação, mas é melhor prevenir”, disse o dono de loja de roupas, Manuel Venceslau, 35. Outros, como o comerciário Jonatas Gomes Pereira, 25, aproveitou o fechamento da loja de sapatos onde trabalha para participar da manifestação. “Só vim aqui porque não vi bandeira de grupo político”, afirmou.

Também no manifesto, o ativista André Cairo, do Movimento Contra a Morte Prematura, estava fantasiado de “Batman” e levava uma placa com os dizeres “Governantes, eu sou a favor do contra, entendeu?”. Durante todo o percurso da manifestação houve estudantes que estavam soltando pequenas bombas de São João, o que criava um clima de tensão, mas ninguém ficou ferido.

Alguns manifestantes ficaram nas imediações da Praça Barão do Rio Branco, onde ocorre na noite desta quarta um show gratuito, patrocinado pela prefeitura local, do cantor Alceu Valença, como parte das comemorações do São João
Alguns manifestantes ficaram nas imediações da Praça Barão do Rio Branco, onde ocorre na noite desta quarta um show gratuito, patrocinado pela prefeitura local, do cantor Alceu Valença, como parte das comemorações do São João
Foto: Mário Bittencourt / Especial para Terra

Quando a manifestação estava já na BR-116, um estudante soltou uma bomba perto das pessoas e acabou sendo revistado por policiais militares, que tomaram os explosivos, alegando risco de acidente. Impedir o trânsito de veículos era uma das regras da manifestação, assim como não apontar líder, não vandalizar, não dar entrevista para a imprensa e nem levantar bandeira de grupo político ou movimento.

Mas havia manifestantes abraçados à bandeira do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e gritando “MST, a luta é pra valer”. Da BR-116, os manifestantes voltaram para o Centro, onde houve a dispersão do movimento, que ficou de retomar os protestos nesta quinta-feira.

Alguns manifestantes ficaram nas imediações da Praça Barão do Rio Branco, onde ocorre na noite desta quarta um show gratuito, patrocinado pela prefeitura local, do cantor Alceu Valença, como parte das comemorações do São João.

Fonte: Especial para Terra
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