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Brasileira presa em Israel é liberada e reencontra os pais

7 nov 2010 - 13h27
(atualizado às 15h09)
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GABRIEL TOUEG
Direto de Tel Aviv

A estudante de Educação Física Lilian Lichewitz, detida com os pais no começo da última semana, foi liberada na manhã deste domingo. O juiz Tzion Kapah, do Tribunal Regional de Tel Aviv, atendeu pedido dos advogados para que Lilian ficasse em prisão domiciliar. Após pagamento de fiança de 5 mil shekels (quase US$ 1,4 mil) ela foi levada por um parente para o apartamento em Bnei Brak onde os pais ficarão no mesmo regime até o dia 10 de novembro.

Embora Lilian tenha sido liberada e em tese possa voltar ao Brasil já na próxima quinta-feira, os pais da garota, Victor e Elza, estão impedidos de deixar o País até o começo de dezembro. O advogado Marcos Wasserman, que assessora a família, disse nesta manhã que tentará cancelar a proibição para que eles possam viajar o quanto antes, pois o período de prisão domiciliar termina quarta-feira.

Muito emocionada ao deixar a prisão, Lilian chorou e agradeceu a ajuda dos parentes e da imprensa. "É a primeira vez que eu coloco meus pés no chão (sem algemas) e que vejo a luz do dia. A luz até me machuca", disse ainda no tribunal, chorando e bastante abalada. Ela disse que é inocente da acusação de tráfico de drogas, pela qual foi presa com os pais depois que uma mochila com 1,2 kg de haxixe foi recebida por eles no hotel Metropolitan, de Tel Aviv. "Perdi meu trabalho e meus estudos por causa disso tudo", disse.

No escritório do porta-voz da polícia de Tel Aviv a única informação obtida pelo Terra é a de que "a investigação continua em todos os sentidos". Uma porta-voz identificada apenas como Eti se recusou a dizer se há algum tipo de colaboração nas investigações com a polícia brasileira. A apreensão dos Lichewitz na madrugada da última segunda-feira foi feita em cooperação com a Interpol. O rapaz que encomendou a Lilian a mochila foi preso em São Paulo na última semana por porte de drogas mas foi liberado após pagar fiança.

Família reunida

Ao reencontrar os pais após ser solta, Lilian chorava muito e os abraçava, pedindo desculpas a eles por terem sido presos. Também muito emocionada, Elza Lichewitz, a mãe, disse que o reencontro "é um momento abençoado". Ela chegou a afirmar ainda que, se pudesse, teria ficado na prisão para que a filha saísse. Elza e o marido foram liberados para prisão domiciliar na última quinta-feira. Eles não viram a filha desde então.

Para Elza, ficou uma lição: "não devemos confiar em ninguém, apenas em quem nos guia". Ela afirmou ainda que embora a família tenha vindo para Israel para a festa de um neto dela, "essa semana foi um enterro moral". Victor Lichewitz contou que chegou a dormir no chão quando estava na prisão e que fez amizades com outros presos. "A cadeia é a miséria humana", disse. No último sábado Elza afirmou que a detenção deles, quando já estavam em um avião no aeroporto Ben Gurion, foi "humilhante".

Victor Lichewitz disse ainda que o hotel Metropolitan deveria ser responsabilizado pelo que a família passou nos últimos dias. "Não entendo como uma pessoa não identificada entrega em um hotel uma mochila com drogas e ela aparece no quarto de hóspedes sem autorização". Ele, contudo, não disse se tem intenção de processar o estabelecimento. Pelo que o Terra pôde apurar, a polícia já tem imagens do circuito interno do hotel em que uma mulher aparece entregando a mochila no local. A identidade dela, contudo, não foi revelada pela polícia.

Após dias de espera, Lilian é liberada e econtra seus pais
Após dias de espera, Lilian é liberada e econtra seus pais
Foto: Gabriel Toueg / Especial para Terra
Fonte: Especial para Terra
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