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AI denuncia mais de 20 mortes em operações da PM no estado do RJ só neste mês

28 jun 2016 - 15h19
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Pelo menos 23 pessoas morreram nos 24 primeiros dias de junho em operações policiais nas favelas do estado do Rio de Janeiro faltando pouco mais de um mês para o início dos Jogos Olímpicos, um número que poderia ser inclusive maior, segundo denunciou Anistia Internacional (AI) nesta terça-feira.

"Nos últimos dez anos, o Rio de Janeiro acolheu três grandes eventos esportivos e cada vez que isto ocorre, observamos um aumento nos assassinatos por parte da Polícia", denunciou hoje a assessora de direitos humanos da Anistia Internacional Brasil, Renata Neder.

Em uma conferência sobre as violações de direitos humanos nos grandes eventos esportivos realizada hoje em Genebra organizada Conselho de Direitos Humanos da ONU, ela explicou que desde 2007, o Rio de Janeiro realizou o Jogos Pan-Americanos, a Copa do Mundo (2014) e este ano os Jogos Olímpicos.

Segundo a entidade, em 2007 os assassinatos em operações policiais no estado aumentaram 20% com relação ao ano anterior até chegar o número recorde de 1.330, sendo 902 na capital. Nos anos seguintes, o número de homicídios caiu progressivamente, mas em 2014 voltou a crescer, coincidindo com um novo evento esportivo de grande porte, neste caso, a Copa do Mundo.

"Então (em 2014) o número voltou a aumentar em 40% (chegando a 580 assassinados) na região. No estado de São Paulo, que também recebeu partidas da Copa, o número de pessoas assassinadas pela Polícia Militar aumentou 80%. É a mesma tendência que observamos agora, que o número de mortos pela Polícia aumenta mais uma vez", denunciou ela.

Em declarações á Agência Efe, Renata esclareceu que, embora a Anistia Internacional tenha contabilizado 23 assassinatos através de fontes próprias, existe o temor de que o número que as autoridades publiquem seja muito mais alto.

"Em abril deste ano, através das nossas fontes, contabilizamos 11 assassinatos, enquanto o número oficial foi de 35. As autoridades já deveriam ter publicado os dados de maio e teriam que publicar os de junho em breve, mas estão atrasando e achamos que é devido a um aumento", disse ela.

Também participaram da Conferência da ONU Ana Paula Oliveira, mãe de Johnatha, de 19 anos, morto pela polícia em Manguinhos em 2014; e Maria da Penha Macena, de 50 anos, uma das moradoras retiradas da Vila Autódromo.

EFE   
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