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Bolívia prende diretor-geral da LaMia

7 dez 2016 - 08h07
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Além de Gustavo Vargas Gamboa, outros dois funcionários da companhia aérea responsável pelo voo da Chapecoense são detidos. Autoridades também apreendem computadores e documentos da empresa.O Ministério Público boliviano prendeu nesta terça-feira (06/12) o diretor-geral da LaMia, companhia aérea proprietária do avião que caiu na semana passada na Colômbia, com a delegação da Chapecoense a bordo. As autoridades também apreenderam documentos e computadores como parte da investigação sobre o desastre, que deixou 71 mortos e seis sobreviventes.

O diretor-geral, Gustavo Vargas Gamboa, é um ex-militar da Força Aérea Boliviana que, entre 2001 e 2007, foi o piloto de vários presidentes do país, incluído o atual, Evo Morales. Vargas Gamboa é também o pai de Gustavo Vargas Villegas, que até a semana passada ocupava um cargo do alto escalão da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC), sendo responsável por conceder licenças de operação a companhias aéreas. Villegas foi suspenso de suas funções devido à investigação sobre a companhia aérea.

Além do diretor-geral, foram detidos nesta terça-feira uma secretária e um técnico da companhia com sede na Bolívia. Os três foram levados para a sede do Ministério Público Departamental de Santa Cruz, onde foram submetidos a um interrogatório de cerca de oito horas. As prisões aconteceram na véspera de uma reunião, em Santa Cruz, de autoridades judiciais de Bolívia, Brasil e Colômbia que investigam a tragédia envolvendo o único avião da LaMia.

Funcionária da aviação boliviana

A Bolívia também solicitou ao Brasil a deportação de Celia Castedo, funcionária da Aasana, a agência nacional de aviação da Bolívia. Ela havia questionado o piloto do voo da Chapecoense sobre a autonomia do avião para o trajeto, que partia de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, com destino a Medellín.

Castedo viajou ao Brasil para fornecer às autoridades informações sobre a tragédia na Colômbia. Segundo o ministro do Interior boliviano, Carlos Romero, ela se esquivou ilegalmente dos controles de imigração ao deixar a Bolívia com a intenção de escapar da Justiça.

Promotores federais brasileiros disseram nesta segunda-feira, Castedo os havia procurado na cidade fronteiriça de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, depois de ter sido acusada de negligência pela autoridade aeronáutica boliviana. Ela pediu asilo no Brasil.

Romero afirmou que Castedo é procurada desde o desastre com o voo da Chapecoense, como parte de uma ampla investigação sobre a autoridade aeronáutica boliviana. "Não há nenhuma justificativa que sustente um pedido de asilo", disse Romero em uma coletiva de imprensa. "Se a saída foi ilegal, a entrada no Brasil também é ilegal. Logicamente, nesses casos deveria ser aplicado um processo de expulsão automática", argumentou.

A Bolívia, que substituiu a administração da Aasana para garantir uma investigação transparente, prometeu sanções drásticas no caso de irregularidades na concessão da licença de operação à LaMia e ao pessoal que autorizou a partida do avião sem considerar requisitos de autonomia de voo.

IP/rtr/efe

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